Riva reage contra Muniz, defende a AL e diz ter postura

Os deputados reagiram em bloco na sessão ordinária desta terça à noite contra as declarações do colega Percival Muniz (PPS), que considera a Assembleia pífia quanto ao papel de fiscalizar os atos do Executivo e chegou a comparar parlamentares ao popularmente conhecido picho-do-mato Caititu, ao lembrar que todos seguem em bando e dizem "amém" aos projetos do governo do Estado. Muniz não participou da sessão. Ele já temia que seria "bombardeado" de críticas. Da tribuna, o presidente da Assembleia José Riva (PP), o líder do governo Mauro Savi (PR), o petista Alexandre Cesar e o democrata Dilceu Dal Bosco se esbravejaram contra Muniz. Foram unânimes em dizer que o socialista fez comentários desrespeitosos para com os colegas - saiba mais aqui e aqui sobre os comentários de Percival Muniz.

Presidente da AL pela quinta vez, Riva disse que "está na hora de cada deputado falar por si". "Percival Muniz não pode falar pelos outros, até porque não tem autonomia para isso. Ele chegou aqui como governo, depois virou oposição e agora é governo de novo. Eu, não!. Eu tenho postura e sou governo desde o começo porque o ajudei a ganhar", disparou o cacique do PP. Riva negou que tenha dado apoio ao Executivo em troca de cargos e pediu que Muniz "desse nomes aos bois". Considera natural parlamentar indicar nomes para ocupar funções em cargos comissionados. "A política exige isso. Quando se indica um bom chefe de Ciretran é com intuito de ajudar".

José Riva afirma que todos os Poderes cumprem o seu papel e nega corporativismo. "Se alguém quiser se intitular Caititu, se que intutule, mas eu não!". O presidente do Legislativo mato-grossense, que controla um orçamento mensal próximo de R$ 18 milhões, afirma que o Ministério Público não vive de pires nas mãos e observa que houve redefinição do percentual destinado aos órgãos vinculados. No caso do MPE, o incremento de repasse saiu de 1,7% para 2% sobre as receitas do Executivo, enquanto a Assembleia, segundo Riva, caiu de 2,2% para 1,7%. Afirma também que a relação da AL com o Judiciário é "respeitosa" e "harmônica".

O presidente da AL disse que está incomodado porque existe riqueza de assuntos para discutir e Muniz age em outra linha. Menciona os projetos da Copa do Mundo de 2014, com previsão de R$ 6 bilhões de investimentos na Grande Cuiabá, da LDO, da questão ambiental, com enfoque para o projeto do zoneamento socioeconômico e ecológico, do estudo sobre implantação do metrô de superfície em Várzea Grande e Cuiabá e do programa de regularização fundiária. "Não aceito falar desse poder. A sociedade é sábia e reconhece os avanços. Estamos trabalhando com transparência, com melhorias e aperfeiçoamento", garante Riva.