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Politica Brasil
Terça - 14 de Julho de 2009 às 12:53

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As declarações do deputado Percival Muniz, segundo as quais os parlamentares, incluindo ele próprio, são omissos no trabalho de fiscalização do Executivo e apenas fazem o trabalho de homologação dos atos do governo do Estado, revelam publicamente o grau de comprometimento e corporativismo dos Poderes e dos órgãos vinculados. Muniz chega a comparar a postura e comportamento dos parlamentares a de Caititu, porco-do-mato que vive em bando. "(Na Assembleia) é um bando que segue igual a Caititu. Onde passa um, passa tudo", diz o parlamentar para, em seguida, acrescentar que aquele que tentar questionar em busca do contraponto acaba isolado e criticado sob rótulo de "moralista".

Quase todos ocupantes de cargos de parlamentar são governistas. Preferem estar mais próximos das benesses do Poder Executivo. Na Assembleia, por exemplo, os deputados afirmam que se tentarem fazer oposição ao governo Blairo Maggi, acabam tendo dificuldades para ter os pleitos atendidos junto às secretarias, assim como as obras a serem executadas a partir de suas emendas. Sofreriam espécie de boicote. De quebra, o governo ainda abre espaço para indicação de mais de 15 cargos DAS para cada deputado. Dessa forma, preferem sair da discussão de que são pagos pelo erário para, entre outras atribuições, fiscalizar os atos do Executivo.

Nas câmaras municipais a situação é similar. Vereadores votam com seus prefeitos. Pouco questionam. São cooptados por cargos e por outras negociações políticas. Nenhum dos 19 vereadores cuiabanos assumem papel opositor ao prefeito Wilson Santos (PSDB), nem mesmo o petista Lúdio Cabral. Em Várzea Grande, o prefeito Murilo Domingos (PR), mesmo com uma gestão capenga, não tem a mínima preocupação com a Câmara. Quase todos vereadores procuram-no diariamente para apresentar reivindicação. Basta atender um pleito e tudo se resolve. Em Rondonópolis, terceiro maior município mato-grossense, o prefeito Zé do Pátio (PMDB) começou enfrentando uma oposição dura. Seis meses depois, a situação já é diferente.

O Judiciário "deita e rola" sobre os demais Poderes. Ninguém do Legislativo diverge sobre mensagens oriundas do Tribunal de Justiça. O Ministério Público vive de pires nas mãos, em busca de maior orçamento junto ao Palácio Paiaguás, assim como o Tribunal de Contas. E, assim, Poderes e órgãos caminham, como diz Percival Muniz, igual a Caititu.





Fonte: RD News

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