Ralf espera ‘milagre’ para salvar mandato
A provável cassação do primeiro mandato de um vereador na história da Câmara Municipal de Cuiabá mostra que as alianças políticas são movidas por interesses e facilmente rompidas de acordo com o comportamento da opinião pública.
Isso porque o vereador Ralf Leite (PRTB), acusado de quebra de decoro parlamentar, assiste seus poucos aliados deixando-o mais acuado na tentativa de permanecer no cargo. Já há estimativa de que pelo menos 70% dos parlamentares votarão favoráveis à perda do mandato.
A vereadora Lueci Ramos (PSDB), que chegou a defendê-lo no caso do Lago do Manso, já se manifestou a favor da perda do mandato do parlamentar de 25 anos. Única mulher no legislativo cuiabano, a tucana classificou de absurdo a agressão do parlamentar a sua ex-namorada Cristina Biezus Gentil e defendeu a cassação após alegar que Ralf não tem maturidade para atuar na vida pública.
Outros votos declarados pela perda do mandato são Everton Pop (PP), Domingos Sávio (PMDB) e Adevair Cabral (PDT). Todos compuseram a Comissão de Ética que apurou a quebra de decoro parlamentar no envolvimento sexual de Ralf Leite com um travesti menor de idade em plena via pública.
Até mesmo Lutero Ponce (PMDB), acusado de desviar R$ 7,5 milhões dos cofres da Câmara Municipal no biênio 2007/2008, já declarou que a Comissão de Ética colheu motivos suficientes para a perda do mandato de Ralf Leite.
Os parlamentares Deucimar Silva (PP), Toninho de Souza (PDT), Lúdio Cabral (PT), Washington Barbosa (PRB) e Francisco Vuolo (PR) também sinalizaram ser favoráveis à perda do mandato. A bancada do PSDB deverá fechar entendimento em conjunto. Assim, os vereadores Antônio Fernandes, Roosivelt Coelho e Paulo Borges Junior deverão sacramentar o fim da carreira de vereador de Ralf Leite.
A ala declaradamente contrária à perda do mandato de Ralf Leite é comandada por Leve Levi (PP) e Francisco Amorim, o Chico 2000. Já Júlio Pinheiro (PTB) e Ivan Evangelista (PPS) seguem a mesma opinião. O primeiro substitui Clovito Hugueney, que se licenciou por 121 dias alegando problemas de saúde.
Entretanto, comenta-se que Clovito se afastou para não votar a favor da cassação de Ralf Leite. Já Evangelista protocolou na quinta-feira (2) pedido de licença pelo período de 10 dias. Ambos votaram contra a instauração da Comissão Processante que iria investigar as contas do vereador Lutero Ponce que teria desviado mais R$ 3 milhões somente em 2008.
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