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Politica Brasil
Segunda - 13 de Julho de 2009 às 02:29
Por: Romilson Dourado

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O deputado Percival Muniz, presidente regional do PPS, admitiu neste domingo à noite, em entrevista ao Ponto de Vista, da TV Rondon (Rede TV!), que a Assembleia não cumpre o seu papel de agente fiscalizador do Poder Executivo e que se transformou numa "Casa de Homologação". Ele foi mais além. Afirmou que não existe oposição ao governo e que os parlamentares agem igual Caititu, conhecido popularmente como porco-do-mato, que vive geralmente em grupos. "(Na Assembleia) é um bando que segue igual a Caititu. Onde passa um, passa tudo. O que chega de projeto pela manhã, se quiser, aprova pela manhã mesmo, pode ser do Poder Executivo, pode ser do Judiciário".

Muniz diz que passou os dois primeiros anos de mandato tentando "ser deputado". Confessa que não conseguiu a autonomia que esperava porque requerimentos e pedidos de informações acabam sendo ignorados pelo Executivo e, na AL, não se consegue abrir CPI para fazer valer o papel fiscalizador. Diante disso, confessa que é mais um deputado que segue a carruagem. "Parlamento seria para fiscalizar, promover debates, apresentar sugestões e projetos, mas desisti de ser deputado na essência da palavra. Agora, eu só acompanho a carruagem".

O ex-prefeito de Rondonópolis por dois mandatos afirma que, enquanto no Congresso Nacional há uma fila de pedidos de CPI, em Mato Grosso a expressão "CPI" é tida como "palavra mau assombrada". "Estamos numa Casa de boa convivência com o Executivo, que é bem intencionado, felizmente, senão, daríamos com os burros n´água." Muniz disse que qualquer um dos 24 deputados que tentar exercer papel fiscalizador, acaba isolado e ainda criticado por "se tornar moralista". "Isso não é crítica, é constatação. A Assembleia é coadjuvante do Executivo, que é quem paga (em forma de repasse de duodécimo". Observa que o governo Blairo Maggi tem apoio de 100% dos deputados. "Essa é a correnteza. Se o governo errar, erramos juntos". A AL recebe um duodécimo de R$ 18 milhões por mês. Cada deputado ganha próximo de R$ 15 mil e tem direito a até R$ 15 mil de verba indenizatória e controla mais de R$ 30 mil de verba de gabinete.

Questionado pelo apresentador Onofre Júnior se isso não "pegaria mal junto à sociedade", Percival Muniz afirmou que, junto com o então deputado Zé do Pátio (PMDB), hoje prefeito de Rondonópolis, tentou investigar no ano passado as razões de tantos incentivos fiscais concedidos pelo governo às empresas. São R$ 4 bilhões por ano, um terço do orçamento-geral do Estado. Ele confessou que desistiu por dificuldades em levantar informações. Segundo o socialista, qualquer questionamento que se faça, logo vem os aliados dizer que "o papel de apurar essa ou aquela denúncia é do Tribunal de Contas e do Ministério Público".





Fonte: RD News

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