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Politica Brasil
Terça - 07 de Julho de 2009 às 13:18
Por: Kleber Lima*

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Há dois tipos básicos de políticos bem-sucedidos: o Leão e a Raposa. Um é o trombador, que se impõe pela força; e o outro o astuto, que vence pela capacidade de articulação. O deputado Percival Muniz está, a meu ver, nessa segunda classificação.

Egresso da boa escola do MDB (com uma introdutória formação marxista), Muniz possui olhos de lince e consegue como uma cascavel se movimentar nos pequenos créneaus que há entre as intenções reais e as declaradas por seus pares.

Uma dessas sacadas do Percival pode ser conferida na entrevista de página inteira que ele deu ao jornal Folha do Estado no último fim de semana.

Por alguma razão que ainda não o sabemos declaradamente (reside aí sua astúcia) Muniz vê dificuldades do projeto eleitoral de Wilson Santos (ao qual ele esteve próximo recentemente), do mesmo modo que as vê no projeto de Silval Barbosa. E explica: o cenário é propício para o surgimento de uma terceira via.

A candidatura alternativa de Muniz deve superar o maniqueísmo que reveste a anteposição oposição x situação. Ou seja, o candidato ideal para esse novo momento de Mato Grosso é aquele que reconheça os avanços que o governo Blairo Maggi introduziu, mas que não se satisfaça com eles, e consiga apontar para novas mudanças.

A avaliação é original na medida em que Wilson só tem a roupa da oposição para vestir, do mesmo modo que o único manequim que serve a Silval é o do governo. Logo, alguém que mesmo apoiando conquistas do Maggi (principalmente as reconhecidas pela população) possa também fazer as críticas ao seu governo (especialmente sobre a arrogância, prepotência e corrupção que hoje rondam o núcleo duro do Paiaguás) terá mais condição de conquistar a confiança do eleitor para conduzir o Estado daqui para a frente.

Ou seja, a leitura de Percival é que o candidato da terceira via não poderá ser 100% oposição nem 100% governo. Tem que ser um candidato Minotauro, como aquele da mitologia grega. Só que em vez de metade homem e metade touro, o candidato da terceira via de Percival Muniz tem que ser metade governo, metade oposição.

O problema passa a ser quem vestiria bem esse traje. Talvez o próprio Percival, que embora amigo e aliado de Maggi tem sido um crítico contumaz de seu governo; Jaime Campos, pela discriminação que o DEM sofre do Paiaguás, especialmente da imperita Casa Civil; ou até mesmo de Carlos Bezerra, uma vez que ele representa até aqui a maior dificuldade para Silval Barbosa se constituir numa unanimidade da base governista, com suas críticas ácidas à turma da botina.

(*) KLEBER LIMA é jornalista diplomado e consultor de marketing em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br.





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