Defesa de Ralf pede a nulidade da investigação

No último dia permitido, o vereador Ralf Leite apresentou ontem a defesa no processo disciplinar que pode lhe custar o mandato por ter sido preso com um travesti menor de idade. Ele se defendeu pedindo a suspeição do relator Domingos Sávio, a nulidade da investigação e ainda disse que as provas dos autos não são suficientes para fundamentar a cassação.

De acordo com o advogado Alfredo Gonzaga, responsável pela defesa de Ralf, os depoimentos do menor preso com o parlamentar são controvertidos. "Comprovou-se que não houve prisão em flagrante mas somente fatos narrados em um boletim de ocorrência e em um termo circunstanciado, não se podendo falar assim em corrupção por parte do parlamentar que, caso realmente tivesse praticado a conduta, deveria ter sido autuado em flagrante. A suposta corrupção, em si, só foi relatada posteriormente, não constando no boletim, nem no termo circunstanciado", diz o advogado em nota encaminhada à imprensa.

Sobre a acusação de que teria se aproveitado da condição de vereador e militar, Alfredo Gonzaga diz também que conta da situação Ralf tentou se identificar com o único documento que possuía: a funcional do Corpo de Bombeiros, naquela época, em plena vigência. "Permanecendo a dúvida quanto a sua identificação, novamente identificou-se, agora como Ralf Leite, vereador por Cuiabá e filho do Coronel Leite, com o intuito de identificar-se e nunca imaginando se sobrepor àquelas autoridades, mesmo porque não há hierarquia entre Poder Legislativo Municipal e a Corporação Mato-grossense".

O presidente da Comissão de Ética, vereador Everton Pop (PP), informou ontem que já pediu à Mesa Diretora a inclusão de pauta do parecer que será emitido e deverá ser votado em plenário antes do recesso parlamentar. Ele prefere não antecipar o parecer da Comissão, mas frisa que o novo escândalo de Ralf não irá constar no processo. "Isso tem que ser investigado por um processo paralelo. Nosso papel é avaliar o episódio envolvendo o menor de idade". Atualmente, a maioria dos parlamentares já se mostra favorável à cassação de Ralf.(TM)