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Politica Brasil
Sexta - 03 de Julho de 2009 às 07:01
Por: Agência Brasil

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O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta quinta-feira que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não deve renunciar ao cargo por causa da crise na instituição. "Ele [Sarney] não é a crise", disse Temer, em entrevista à Agência Brasil.

Para Temer, a crise é mais universal: "Sarney foi eleito por seus pares e ele não é exatamente a crise, ele não é a significação da crise. É uma crise mais universal. Vejo notícias de que ele pode desistir ou renunciar, mas eu diria que não deve desistir, que deve enfrentar isso", afirmou.

Segundo o presidente da Câmara, Sarney tem que tomar medidas que visem "à depuração dos costumes" no Senado. Ele deve resistir, continuar no cargo e, certamente, vai sair dessa crise, completou Temer. Segundo Temer, esta pode ser uma oportunidade para melhorar as coisas. "A crise sempre melhora as coisas, seja no plano econômico, ético ou social."

Nesta quinta, Sarney ganhou um apoio precioso do PT, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquadrou a bancada do partido no Senado. DEM, PSDB e PDT pediram, na quarta-feira, o licenciamento do presidente da Casa.

O líder do PT no Senado Aloizio Mercadante (SP) defendeu a manutenção da aliança pela governabilidade com o PMDB --partido de Sarney (AP). Mercadante disse que a crise não é só de Sarney e que tem que ser compartilhada por todos os 81 senadores.

"Disse publicamente e quero repetir da tribuna: não me parece uma boa atitude a que estamos assistindo, por exemplo, a atitude da bancada do DEM [de pedir o afastamento de Sarney]. Estiveram na 1ª Secretaria, que tem uma imensa responsabilidade administrativa, durante todo o período em que estive nesta Casa. Como simplesmente se retirar neste momento e dizer que a responsabilidade da crise é exclusivamente do presidente José Sarney? Isso não contribui, isso não ajuda. Nós temos, cada um, que assumir a nossa exata responsabilidade por esse processo", disse.

Ontem, a bancada do PT no Senado chegou a sugerir o licenciamento temporário de Sarney da presidência por 30 dias. Incomodado com a falta de apoio do PT, Sarney ameaçou renunciar. Lula, que estava no exterior, mandou um recado para o PT ao criticar os partidos de oposição que pedem o afastamento de Sarney. Lula disse que a oposição quer ganhar a presidência do Senado "no tapetão".

Temer defendeu a aliança PT-PMDB: "eu creio que o PT vai dar apoio ao presidente Sarney. Não tenho dúvida disso. Em segundo lugar, essa questão da relação, que hoje é uma relação governamental, é uma coalizão governamental, para ajudar o presidente Lula a governar. Não tem a ver com o que se chama de coalizão eleitoral, que é uma coisa diferente, é uma coisa com vistas a 2010", afirmou.

"Evidentemente, uma coalizão eleitoral vai depender da audiência de todos os setores do PMDB, e é uma coisa que nós vamos fazer no fim do ano, no ano que vem. Então, eu não gostaria de falar sobre a hipótese de o PT abandonar o presidente Sarney."

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que Sarney está mais forte do que antes. "Ele saiu fortalecido da crise e conta com o apoio de 55 senadores."

Renan sinalizou ainda que a permanência de Sarney no cargo é uma das condições para o PMDB apoiar o PT na eleição presidencial de 2010. "Essa crise serviu para aproximar PT e PMDB."





Fonte: Folha Online

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