Maggi "controla" Copa com agência e mandato de até 6 anos
Prestes a concluir o mandato, o governador Blairo Maggi (PR) prepara a criação de uma agência reguladora com amplos poderes para gerir mais de R$ 6 bilhões de recursos a serem aplicados na Grande Cuiabá por conta da Copa do Mundo de 2014, quando a capital mato-grossense será uma das 12 subsedes. A agência terá presidente e ao menos quatro diretores, entre eles o administrativo-financeiro, planejamento e infraestrutura. O secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo, Yuri Bastos Jorge, presidente do Comitê Pró-Copa em Cuiabá, se articula nos bastidores para vir a presidir a agência.
O curioso será o tempo do mandato: 5 a 6 anos. Com isso, Maggi, que deve deixar o comando do Estado até abril do próximo ano para o seu vice Silval Barbosa (PMDB) concluir os oito meses seguintes de administração, continuará ditando as regras, mesmo que indiretamente, nos projetos a serem executados por força do Mundial de futebol. Dessa forma, o governador a ser eleito, aquele que tomará posse em 1º de janeiro de 2011, não terá qualquer influência nas ações da Copa, afinal, os diretores da agência serão "intocáveis" com mandatos de ao menos cinco anos. Assim, Maggi "engessa" a Copa e atrai para si o bônus das obras milionárias de infraestrutura, como da construção do novo estádio de futebol, que custará R$ 430 milhões, dos quatro centros de treinamentos, de um metrô de superfície, de vias urbanas.
Uma das regras para concorrer ao posto de diretor da futura agência é da pessoa não concorrer às próximas eleições. Yuri Bastos, filiado ao PP e que ensaiava pré-candidatura a deputado estadual, já recuou, tudo para ficar com a presidência da empresa que cuidará das ações da Copa do Mundo. Quem deve entrar em desespero são alguns líderes políticos e pré-candidatos a governador pela oposição, como o prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB) e o senador Jayme Campos (DEM), pois, quem se eleger para o comando do Estado não terá como influenciar na agência, que vai atuar como espécie de um governo paralelo. O projeto deve ser encaminhado à Assembleia para apreciação dos deputados até o próximo mês.
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