13 vereadores pedem a "cabeça" de ex-presidente Lutero
No final de maio, a Câmara engavetou de uma só vez cinco pedidos de investigação propostos pela Ong Moral, pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e pela OAB-MT, pelo PRTB, PP e pelo eleitor Laudelino dos Santos. Num placar de 8 votos a 7, Lutero foi salvo pelos votos de Lueci Ramos, Paulo Borges e Antonio Fernandes (os três do PSDB), Francisco Vuolo e Chico 2000 (os dois do PR), Ralf Leite e Néviton Fagundes (ambos do PRTB), além do próprio Lutero.
Votaram pela criação da Comissão Processante e afastamento imediato de Lutero os pedetistas Toninho de Souza e Adevair Cabral, o tucano Roosivelt Coelho, Domingos Sávio (PMDB), Everton Pop (PP), Lúdio Cabral (PT) e Washington Barbosa (PRB). Ivan Evangelista se absteve e Leve Levi (PP) e Júlio Pinheiro (PTB) viajaram.
Agora, um novo cenário é formado. A pressão popular é grande e os vereadores não têm argumentos para refutar as denúncias feitas pela Delegacia Fazendária, que investigou minuciosamente as contas de Lutero. Mesmo assim, alguns parlamentares como Júlio Pinheiro (PTB), que substitui o vereador licenciado Clóvis Hugueney, “defendeu” o ex-presidente do Legislativo. Segundo ele, todos têm direito à defesa e ao contraditório. “Eu acredito na sua inocência até que provem o contrário”, afirmou. Por outro lado, o parlamentar disse ser favorável a abertura da Comissão Processante contra Lutero na Câmara. “Nós precisamos investigar tudo”. Os vereadores Chico 2000 (PR) e Ralf Leite (PRTB) preferiram o silêncio. Os parlamentares foram chamados várias vezes por jornalistas e assessores, que estavam no plenário, na sessão desta terça (30), mas não emitiram qualquer declaração. Lueci Ramos (PSDB), vice-presidente da Mesa Diretora durante a gestão Lutero (2007/2008), disse que, por ser amiga pessoal do ex-presidente, não comentará qualquer denúncia feita contra ele. Ivan foi o único vereador a não comparecer à sessão desta terça (30).
Já Antônio Fernandes, Francisco Vuolo, Paulo Borges e Néviton Fagundes mudaram de opinião. Agora compõem a ala dos que defendem a punição de Lutero. Assim, o grupo que antes era formado somente por Pop, Toninho, Washington, Adevair, Roosivelt e Lúdio ganham mais força. Levi e Pinheiro, que viajaram no dia da votação, garantem apoio ao afastamento de Lutero e a abertura de procedimento investigatório. Deucimar Silva (PP), autor da auditoria que desencadeou toda a investigação, só vota em caso de empate. Ele tem o chamado voto minerva por ser o atual presidente da Câmara.
Em plenário, Deucimar disse que aguardará o indiciamento de Lutero para que tome as medidas cabíveis dentro da Câmara. Caso o peemedebista continue foragido, poderá ser cassado à revelia, ou seja, sem depor ou apresentar sua defesa. Caso seja preso, ele será ouvido antes que um possível pedido de cassação seja levado a plenário.
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