Arthur Virgílio pede abertura de investigação contra Sarney no Conselho de Ética
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou nesta segunda-feira uma denúncia contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e pediu abertura de investigação contra ele no Conselho de Ética da Casa. Virgílio pede que o peemedebista seja investigado pela edição dos atos secretos --com a nomeação de parentes-- e pelos empréstimos consignados fechados pela Casa.
O tucano espera que amanhã, após a reunião da bancada, o PSDB apresente uma representação contra Sarney.
Para entregar a representação, Virgílio precisaria do aval do partido, mas o presidente da legenda, Sérgio Guerra (PE), ainda está viajando. Outra diferença é que a denúncia pode não ser acolhida pelo Conselho de Ética, enquanto a representação obriga o conselho a abrir processo e analisar o caso.
Segundo Virgílio, o Senado não pode se calar diante das denúncias que surgem contra o presidente da instituição. Virgílio afirmou que Sarney foi envolvido na nomeação secreta de pelo menos nove familiares, recebeu indevidamente auxilio moradia de R$ 3.800 e ainda utilizou seguranças do Senado para fazer a vigilância de sua residência no Maranhão.
Para o líder tucano, a descoberta de que o esquema de empréstimo consignado para servidores do Senado inclui entre seus operadores o neto do peemedebista José Adriano Sarney mostra que a situação de Sarney é insustentável. "São fatos que precisam ser esclarecidos. No caso dos empréstimos consignados, a Polícia já identificou que houve desvio na gestão do Zoghbi [João Carlos Zoghbi]. O Senado e a sociedade esperam uma resposta", disse.
Segundo reportagem do jornal o "Estado de S. Paulo", de 2007 até hoje a empresa de José Adriano teve autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos com desconto na folha de pagamento.
Adriano Sarney é filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA). O neto do presidente do Senado disse, na reportagem, que sua empresa fatura por ano menos de R$ 5 milhões. De acordo com o jornal, José Adriano abriu a empresa quatro meses depois que o então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi, inaugurou assessoria para intermediar os contratos no escândalo que o afastou do cargo.
Espera
A estratégia do tucano transferir a crise para o Conselho de Ética pode demorar. O colegiado está desativado desde março.
Faltam quatro indicações do PMDB, que precisam ser feitas pelo líder do partido, Renan Calheiros (AL), principal aliado de Sarney. O PSDB oficializou seus dois representantes, mas eles ainda precisam apresentar documentos para que sejam autorizados a tomar posse.
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