DEM se rebela e não quer aproximação com o PSDB

Sob alegação de que possíveis críticas ao governo, deputados preferem não participar

O Democratas está em crise interna, apesar de o presidente da sigla, Oscar Ribeiro, ter amenizado a decisão dos deputados estaduais de esvaziarem o encontro programado para hoje em Cáceres, onde acompanhados pelo PSDB do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos e pelo PTB do vice, Chico Galindo, experimentariam reunião conjunta para se saber como a população interpretaria a união de dois ex-ferrenhos adversários políticos em Mato Grosso. A situação é a seguinte: PSDB e PFL, hoje DEM, sempre caminharam juntos em nível nacional, tanto que os democratas foram por dois mandatos vice na chapa do então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Já em Mato Grosso os grupos se dividiram entre aqueles que acompanham o senador Jaime Campos e seu irmão Júlio Campos e os que acompanhavam o ex-governador Dante de Oliveira, que deve ter seu espólio político assumido pelo prefeito da Capital, Wilson Santos.

Em reunião na Assembleia Legislativa, os deputados do Democratas, Gilmar Fabris (líder), José Domingos Fraga, Dilceu Dal"Bosco e Wallace Guimarães decidiram não participar do encontro por causa do governador Blairo Maggi, ou seja, como membros do governo eles não se sentiriam bem e seriam obrigados a defender o mesmo de qualquer ataque que fosse feito pelo grupo oposicionista liderado pelo prefeito Wilson Santos. A decisão dos parlamentares foi comunicado ao presidente do partido, Oscar Ribeiro que a repassou a mesma ao senador Jaime Campos que manteve a decisão de participar do encontro que inclusive contou com sua organização.

A decisão dos deputados coloca uma barreira na possibilidade do DEM se coligar com o PSDB em 2010 para disputar o governo do Estado, sendo que essa situação só mudaria caso, a cabeça de chapa fosse ocupada pelo senador Jaime Campos, que foi governador entre os anos de 1991/1994. O Democratas é hoje um partido dividido, entre os que estão mais próximos do governador Blairo Maggi e aqueles que se consideram alijados e assumem uma posição de independência e de oposição, em busca de um lugar ao sol.

O polêmico deputado Gilmar Fabris, líder do DEM na Assembléia Legislativa, é critico contumaz de qualquer tipo de aproximação com o PSDB do prefeito Wilson Santos e acha que o partido tem que assumir seu lado de apoiador do governo, independente disto representar uma derrota nas próximas eleições.

No muro - Já o PPS de Percival Muniz, ficou de decidir essa noite se iria mandar ou não um representante ao evento em Cáceres. O presidente e a executiva são contrários por entenderem que a sigla não pode servir de "bucha de canhão" para o PSDB criticar o governo e demonstrar força política. "Somos do governo e damos apoio a ele, então fica difícil mudarmos para a oposição".