Homero lidera frente que empurra PR para braços de Silval
Após costurar acordo prevendo "dobradinha" com o colega de bancada Wellington Fagundes, que tenta se firmar como pré-candidato a senador, o deputado Homero Pereira se transformou em porta-voz do PR na defesa da aliança com o PMDB do virtual candidato ao Palácio Paiaguás, Silval Barbosa. A composição com os peemedebistas que até então era defendida inclusive pelo governador Blairo Maggi começa a enfrenta resistência dentro do PR, maior sigla do Estado. Membros da cúpula republicana argumentam que Fagundes e Homero atropelaram o processo e, no afã de viabilizarem seus projetos pessoais, acabaram provocando crise.
A bancada do PR na Assembleia, composta por Sérgio Ricardo, João Malheiros, Mauro Savi, Wagner Ramos e Sebastião Rezende, alega se sentir excluída. Chama a aliança PMDB-PR de "acordão da bancada federal", numa referência a Fagundes e Homero. Nem todos os estaduais concordam em apoiar a pré-candidatura do vice-governador, que deve assumir o comando do Estado a partir de janeiro, já que o titular Maggi está disposto a renunciar ao mandato um ano antes de vencê-lo.
Fagundes e Homero se uniram de tal forma que buscam agora o comando do PR no Estado. Fagundes quer a presidência, hoje sob Moisés Sachetti, que deixará o cargo em 30 de julho para ser candidato a deputado federal. Em verdade, os conflitos no PR, maior sigla do Estado, são marcados por vaidades e interesses pessoais. Cada líder quer marcar posição e viabilizar suas candidaturas. Não fosse a regra pró-fidelidade partidária, instituída desde março de 2007 pelo TSE, que prevê perda do mandato àqueles que mudarem de sigla, o PR já teria perdido vários filiados, inclusive deputados, prefeitos e vereadores.
A tendência natural é dos republicanos fecharem aliança com o PMDB em adesão ao nome de Silval para governador, mas essa articulação hoje está emperrada. O Paiaguás deu sinal de alerta de que Fagundes, para atrair apoio de Homero a seu projeto de concorrer a senador, prometeu transferir sua base para o colega federal, numa espécie de "dobradinha", e ainda articulou com Silval respaldo para encabeçar chapa majoritária, tudo de forma camuflada. Os demais sentiram-se excluídos.
Indecisão
Há 15 meses das eleições gerais, o cenário para as composições majoritárias continua confuso. Por enquanto, se colocam como virtuais candidatos a governador o peemedebista Silval, que tende a atrair o PR e o PT; o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB), que deve receber adesão do PTB e DEM; dos deputados estaduais Percival Muniz (PPS) e Otaviano Pivetta (PDT) e, correndo por fora, o juiz federal Julier Sebastião da Silva. Apesar da empolgação dos democratas, a pré-candidatura do senador Jayme Campos demonstra ser apenas um balão-de-ensaio. Também para as duas vagas que serão abertas para senador, os partidos e seus líderes batem cabeça. O PP articula o nome do presidente da Assembleia, deputado José Riva. O PSDB agora faz um teste com o deputado estadual Guilherme Maluf, enquanto o PR sinaliza com Fagundes. O procurador da República Pedro Taques admite entrar no páreo.
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