França teme ser obrigado a apoiar qualquer candidato
O deputado Roberto França, que permanece sem partido e já declarou que deve tentar a reeleição em 2010, se mostra preocupado com a indefinição política dos pretensos candidatos ao governo do Estado. O parlamentar, que está em seu quinto mandato na Assembleia, teme que, de uma certa forma, essa incerteza prejudique sua candidatura. “Infelizmente vão me prejudicar, porque tenho até dia 2 de outubro para me filiar em um partido e, ao que tudo indica, essas candidaturas serão definidas somente no ano que vem. Vai que ingresso em um partido que apóia alguém que não gosto? Terei que apoiá-lo a contragosto”, declara França.
O radialista e apresentador de TV cita que o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) foi o único que assumiu oficialmente a pré-candidatura rumo ao Palácio Paiaguás. Ao contrário do prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) e o senador Jayme Campos (DEM) que, apesar de serem cotados para concorrer o cargo, ainda não confirmaram candidatura. Em meio a tanta indefinição e boataria, França prefere não emitir nenhuma opinião, evitando se “queimar”. “Não posso fazer avaliação porque ninguém até agora confirmou candidatura”, destaca. Com a mesma postura, também se nega a citar quais nomes não apoiaria e diz que é “melhor nem comentar”.
França diz que escolherá, até final de setembro, em qual legenda vai se filiar. No rol de partidos, diz ter recebido convites do PSDB, por meio de Wilson Santos, do ex-senador Antero Paes de Barros e até mesmo do secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Soares. O próprio DEM, no qual a sua esposa e ex-vice-governadora, Iraci França é filiada, o teria convidado por meio de Jayme Campos. Ele garante anda que o presidente da Assembleia José Riva o chamou para compor junto ao PP, além do PMDB que também fez o convite por parte de Silval e o deputado federal Carlos Bezerra, presidente da sigla. “Até o deputado Percival Muniz me chamou para retornar ao PPS”, aponta. Na dúvida, França vai protelando a decisão. Diz que precisa pensar muito. “Tenho que fazer uma avaliação. Ver qual é o melhor espaço”.
Roberto França foi eleito vereador por Cuiabá duas vezes. Numa delas foi presidente da Câmara. Comandou a Prefeitura de Cuiabá por oito anos (1996-2004). Também foi deputado federal e está em seu quinto mandato na Assembleia. Não chegou a ser eleito em 2006 e amargou a primeira suplência ao obter 19.521 votos. No entanto, está desde o início no cargo por ser beneficiado no rodízio de parlamentares. Hoje, ele ocupa a cadeira do deputado licenciado Wagner Ramos (PR), mas também já assumiu a vaga do colega Gilmar Fabris (DEM). Em sua trajetória política, já foi filiado no PSDB, PMDB e PPS. Chegou a ensaiar uma filiação no PR, o que não aconteceu.
Comentários