Republicanos saem em defesa da permanência de Sachetti
Um movimento dos representantes da base do PR pode fazer com que Moisés Sachetti permaneça no comando regional da legenda. Muitos são os filiados do interior do Estado que não aceitam a decisão e estão na "bronca" por não terem sido consultados. Muitas vezes considerado "truculento" na forma de dirigir a legenda, Sachetti assumiu o cargo em fevereiro do ano passado e, desde então, é alvo constantes de críticas, principalmente, por parte das siglas aliadas ao governo Blairo Maggi. Na semana passada, inclusive, trocou farpas com o presidente da Assembleia, deputado José Riva - leia mais aqui. Se por um lado a gestão Sachetti causa polêmica, por outro, é vista com "bom olhos" por prefeitos, vices e vereadores republicanos.
Entre aqueles que defendem a permanência de Sachetti, está Tião da Zaeli, vice-prefeito de Várzea Grande, segunda maior economia do Estado. Para ele, o dirigente não pode se questionado do ponto de vista de administração política. "Ele (Sachetti) teve mais acertos do que erros", declara. Alega ainda que, sob Moisés e Emanuel Pinheiro, secretário executivo do PR, a legenda republicana cresceu e ganhou espaço político. "Então, porque vamos mexer em time que está ganhando?", indaga.
Tião da Zaeli diz que em time que está ganhando não se mexe
Revoltado, o ex-prefeito de Chapada dos Guimarães (a 61 Km de Cuiabá), Gilberto Mello, derrotado nas urnas por Flávio Daltro (PP), afirma que se dependesse dele, Sachetti não deixaria a direção regional por considerar que foi um dos republicanos mais importantes durante a campanha eleitoral de 2008. "Eu não ganhei, mas ele (Moisés) foi mais participativo do que muitos deputados e secretários por ai", alfineta. Sobre as críticas, Mello defende o dirigente ao considerar que a polêmica faz parte do contexto político. "Não se pode ter uma opinião reta. Divergência tem que existir. Para mim, isso não passa de manobra para tirá-lo do cargo", dispara.
Outro vice-prefeito que também saiu em defesa de Moisés Sachetti foi Luiz Antônio Ferreira de Mello, de Alta Floresta (765 km ao Norte de Cuiabá). Para ele, a dupla "Sachetti e Emanuel" fazem um trabalho satisfatório na condução do PR em Mato Grosso. "Mas até agora não fomos informados oficialmente dessa decisão", afirma. Chega a considerar a troca de comando como "natural", mas, questiona o motivo da suposta saída. "Tem que ver quais são os interesses", pondera.
Gilberto Mello afirma que se dependesse dele, Sachetti não deixaria a direção regional
Questionado sobre a possibilidade de deixar a secretaria executiva do PR com a saída de Moisés, Emanuel Pinheiro disse que ainda não considerou a possibilidade. Ele afirma que pediu ao partido um prazo até final do ano para decidir se será candidato ou não. Alega que passa por problemas pessoais. Tido como braço direito do republicano na condução da sigla, Emanuel afirma que a saída foi uma decisão pessoal de Moisés, durante uma conversa com Blairo no início do ano. O próprio Sachetti cogita uma candidatura de deputado estadual em 2010.
Quem está "de olho" no cargo é o deputado Wellington Fagundes. Nos bastidores, tenta se articular, com apoio do seu companheiro de bancada Homero Pereira (PR), para viabilizar seu nome no comando da legenda, que possui 33 prefeitos, 17 vices, 228 vereadores, 5 deputados estaduais e 2 federais e mais o governador Blairo Maggi. Mas quem está cotado para assumir a função é o empresário republicano Mauro Mendes, que disputou o cargo de prefeito de Cuiabá no ano passado e foi derrotado no segundo turno pelo prefeito reeleito Wilson Santos (PSDB). (Sandra Costa)
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