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Politica Brasil
Terça - 16 de Junho de 2009 às 16:59
Por: Itimara Figueiredo

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Por quatro horas a Assembleia Legislativa debateu a viabilidade de melhorias no transporte coletivo para atender a população de Cuiabá e Várzea Grande. A falta de investimentos na malha viária foi apontada como o principal entrave do trânsito na Capital, que possui uma demanda de 30 mil passageiros no horário de pico e já tem congestionamentos semelhantes aos grandes centros brasileiros. No evento, realizado nesta terça-feira (16), o presidente da Casa, deputado José Riva (PP) discutiu a viabilidade da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou metrô de superfície.

Riva lembrou que essa iniciativa foi encaminhada ao Governo do Estado em maio do ano passado. E se faz necessária independente de Cuiabá ser subsede da Copa do Mundo de 2014. “A Copa apenas está apressando essa discussão”. Na oportunidade, também foi apresentado um vídeo sobre o sistema monotrilho como mais uma alternativa para desafogar o trânsito. Esse sistema já é utilizado na Ásia.

Riva chamou a atenção para o trânsito nas principais avenidas como a Tenente Coronel Duarte, Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), Getúlio Vargas, Fernando Correa e diversos pontos da Miguel Sutil. “O centro da cidade é um capítulo a parte, com ruas estreitas, fica completamente intransitável. Em Várzea Grande, o maior ponto de estrangulamento do trânsito fica por conta da Avenida da FEB, ponto de maior fluxo entre os dois municípios”.

Riva anunciou a apresentação de um projeto de lei que dispõe sobre Parcerias Público-Privadas (PPP´s). Essa iniciativa vai ser fundamental à efetivação de contratos para a colaboração entre o Estado e o particular por meio dos quais o ente privado participa da implantação e do desenvolvimento de obras, serviços ou empreendimentos públicos, bem como da exploração e da gestão das atividades decorrentes. Presente na audiência, o ex-governador do Espírito Santo, Almino Azeredo listou as 10 melhores e 10 piores cidades para se viver. As cidades brasileiras engrossam a fila das piores, entre elas estão: Salvador, Florianópolis, Rio de Janeiro e Ouro Preto. “São alternativas que podem diminuir o tempo gasto no trânsito”, afirmou, ao acrescentar a necessidade de se discutir a reordenação do tráfego.

O secretário de Turismo de Mato Grosso, Yuri Bastos Jorge disse que 26 projetos já estão sendo elaborados para adaptar Cuiabá de acordo com as exigências da Fifa, para sediar o mundial. Para ele, a instalação do metrô de superfície pode ser uma das saídas para desafogar o trânsito de Cuiabá. Além disso, ações para alargamento e duplicação de ruas e avenidas também constam na pauta. “Estamos fazendo o levantamento da viabilidade”.

O professor de Engenharia Civil, especialista em Transporte e Pavimentação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Luiz Miguel de Miranda disse que no primeiro momento é preciso realizar um estudo da mobilidade para saber quais os eixos necessários para atender a demanda. “Temos que verificar as condições de como essa população circula sobre essa área. Senão a solução pode não ser a mais adequada”, afirmou.

O ex-deputado federal e ex-secretário de Planejamento, Bento Porto explicou que em 1998 foram feitos estudos sobre a viabilidade. Ele disse que a ideia é que o projeto saia da alçada pública. E que o Governo Federal invista na parte estrutural básica. “E por meio de concessão sejam feitos os investimentos no material rodante, estações e operação do sistema durante o prazo de concessão, que pode vigorar em torno de 25 a 30 anos. A passagem do ônibus pode ser por meio do sistema de integração”.

Da mesma forma, o secretário Municipal de Transportes Urbanos, Edivá Alves lembrou questões importantes como da acessibilidade, circulação viária e mobilidade. “Cuiabá é uma cidade onde tomba carreta no cruzamento das duas principais avenidas e também não tem sinalização”, alertou. Segundo ele, a audiência pública é o início das discussões que propiciarão ações de melhorias no trânsito de Cuiabá.

MONOTRILHO - Representante da Scomi, empresa instalada na Malásia e especializada na produção de monotrilhos, Ludmilla Braga disse que essa modalidade já vem sendo utilizada há alguns anos na Ásia e, é um projeto feito para atender grandes conglomerados urbanos. O monotrilho pode atender todas as classes sociais. O plano no Brasil prevê ar condicionado e preço, sendo este no mínimo, um terço do valor do ônibus. “É claro que isso depende muito de cada cidade e do custo de engenharia civil e sua produção. Mas, normalmente o custo é menor que o do ônibus”.

Segundo ela, o custo para a implantação varia de US$ 17 milhões a US$ 45 milhões. O tempo de instalação é considerado rápido por ser de estrutura pré-moldada, e a construção civil sequer atrapalha o trânsito, já que seria feito à noite. “Estamos calculando um tempo máximo de um ano para a instalação de quatro a cinco quilômetros de trilhos”.

O monotrilho é mais simples por exigir menos custos na parte da construção civil; é pró-meio ambiente por emitir apenas 75 decibéis de som; não deixa a cidade com aspecto carregado por utilizar pouco concreto e dá luminosidade para a cidade. “É por isso que acaba tendo a preferência do mercado”, disse, ao acrescentar que qualquer sistema de transporte depende da combinação com outras modalidades como o ônibus.

A Secretaria de Comunicação da Casa, comandada pelo secretário Osmar Carvalho exibiu um vídeo mostrando as principais ruas e avenidas de Cuiabá com opinião de alguns motoristas. O congestionamento e a falta de respeito da sinalização foram os problemas mais lembrados.

Também participaram os deputados federais Eliene Lima e Pedro Henry, ambos do PP, o estadual Walace Guimarães, presidente da Ager, Márcia Vandoni, do Ministério Público Estadual, Mauro Curvo e presidentes de bairros.





Fonte: Assessoria/AL

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