Pátio contraria PMDB, ignora Silval e "cola" em Wilson Santos
O peemedebista Zé do Pátio, prefeito de Rondonópolis, terceiro maior município do Estado com cerca de 200 mil habitantes, se tornou um problema político para o pré-candidato ao Palácio Paiaguás, vice-governador Silval Barbosa, que tenta convencê-lo a apoiar o projeto majoritário. Nos bastidores, porém, Pátio mira para outro rumo. Se transformou em cabo eleitoral do tucano Wilson Santos, prefeito da Capital e determinado a renunciar ao mandato até abril do próximo ano para encarar a candidatura ao governo do Estado.
O principal argumento de Pátio é de que Silval não subiu no seu palanque no pleito do ano passado, quando conseguiu derrotar o então prefeito Adilton Sachetti (PR), mesmo este tendo apoio pesado da máquina do Estado, sob o governador Blairo Maggi. No caso de Silval, apesar de se tratar de um colega de partido, ele não fez campanha para Pátio, mas sim para Sachetti. Agora, o prefeito de Rondonópolis está disposto a dar o troco. A adesão do prefeito em si a uma candidatura a governador não traz tanto impacto positivo, mas a atuação nos bastidores é que se torna mais importante. É comum gestores colocarem a máquina pública a serviço de candidatos e mobilizar servidores e canalizar grupo político em defesa do nome que apóia. No caso de Silval, que já patina nas pesquisas de intenção de voto, o prejuízo seria maior porque deixaria de receber respaldo de um líder do próprio partido.
Wilson Santos se transformou, inclusive, em espécie de conselheiro de Pátio. Ambos se reunem constantemente. O tucano tem dito para este dizer "não" a Silval, afinal, quer tirar proveito político do racha no emblemático PMDB, que já o conhece bem. Antes de ingressar no PSDB, o prefeito cuiabano foi militante por vários anos da agremiação peemedebista conduzida pelo deputado Carlos Bezerra. Na direção do PMDB há mais de uma década, Bezerra não demonstra preocupação com o racha. Sua estratégia é deixar a crise prosseguir para, ao final, entrar nas articulações e tentar construir a unidade. O problema é que desta vez há um ingrediente a mais nesse refrega político e que talvez o cacique peemedebista não tenha percebido: Pátio tem dito que é independente é que não se considera mais afilhado político de Bezerra.
Por enquanto, se colocam como pré-candidatos a governador Silval, Santos e o senador Jayme Campos (DEM). Correm por fora os deputados Otaviano Pivetta (PDT) e Percival Muniz (PPS) e o juiz federal Julier Sebastião da Silva, que, por conta do cargo de magistrado, tem o privilégio e prerrogativa de definir partido e se será ou não candidato até abril do próximo ano.
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