Renúncia de Maggi, Santos e Murilo redefine forças políticas
A renúncia do governador Blairo Maggi (PR) já em dezembro deste ano e a provável saída também dos prefeitos Wilson Santos (PSDB), de Cuiabá, e Murilo Domingos (PR), de Várzea Grande, em abril do próximo ano, vão provocar um novo arranjo político no Estado antes mesmo do teste das urnas de 2010, quando estarão na disputa 24 cadeiras de deputado estadual, 8 de federal, 2 de senador, além de governador e de Presidência da República. O PMDB, que há 20 anos não comanda o Palácio Paiaguás, vai ganhar musculatura política com o vice-governador Silval Barbosa. Ele não só assume cadeira de governador por ao menos um ano, como buscará a reeleição.
Na Capital, Santos deve encarar o projeto a governador. Com isso, abre espaço para o petebista Chico Galindo se tornar prefeito por mais de dois anos. Com a maior prefeitura do Estado "na mão", o PTB também deve receber novos filiados e, inclusive, já alimenta a expectativa de lançar chapa pura para o Senado, com Osvaldo Sobrinho de cabeça e o reitor da Unic Altamiro Galindo de primeiro-suplente. Altamiro é irmão de Chico, que se elegeu deputado estadual em 2006 e no ano passado renunciou ao mandato para assumir o cargo de vice-prefeito.
Em Várzea Grande, há um compromisso de bastidores do prefeito de segundo mandato Murilo Domingos (PR) de renunciar ao mandato até abril para concorrer à cadeira de deputado federal. Assim, o vice Tião da Zaeli ganha projeção como prefeito do segundo maior município mato-grossense. Ele passaria a ser o prefeito da maior cidade sob o PR do hoje governador Maggi.
Mesmo diante dessas conjunturas que se desenham para o cenário de 2010, não se sabe ao certo quais grupos políticos mais ficarão fortalecidos. Em termos de lideranças isoladas, ganhará força o peemedebista Silval pelo fato de assumir o governo, detentor de um orçamento hoje de R$ 7,7 bilhões e quase 100 mil servidores distribuídos em 24 secretarias, órgãos empresas e autarquias vinculadas. Com a força da máquina, o PMDB só não deve receber no próximo ano várias filiações de vereadores, prefeitos e deputados por causa da regra do TSE que estabelece cassação de quem mudar de legenda. Não fosse isso, dentro da nova engenharia política, o partido se tornaria o maior do Estado num intervalo de poucos meses, assim como aconteceu com o velho PFL (hoje DEM), com os irmãos Júlio e Jayme Campos quando ganharam para governador, assim como com o PDT e depois PSDB, sob Dante de Oliveira.
Hoje maior legenda do Estado, no controle de 33 das 141 prefeituras, o PR tende a "encolher" o seu quadro de filiados e de ocupantes de cargos eletivos. O partido não terá candidato a governador e ainda bate-cabeça quanto à definição de um pré-candidato ao Senado que tenha boa visibilidade eleitoral.
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