Wagner Ramos alerta: Brasil é 3º país com mais fumantes no mundo
O líder do Partido Republicano na Assembléia Legislativa, deputado Wagner Ramos, reforçou neste domingo (31.05) – data em que se celebrou o Dia Mundial contra o Fumo – alerta feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) à população sobre os males do tabagismo, considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo.
Segundo os dados da OMS, cerca de dois terços da população fumante do mundo vive em apenas dez dos 193 países (191 reconhecidos pelas Nações Unidas, mais o Vaticano e Taiwan ou Formosa). A lista da Organização é liderada pela China – que concentra aproximadamente 30% dos fumantes, seguida da Índia com 10% do total geral. Em 3º lugar aparece o Brasil, à frente de Estados Unidos (4º), Japão(5º), Rússia (6º), Alemanha (7º), Turquia (8º), Indonésia (9º) e Bangladesh (10º).
“Entre as principais enfermidades causadas pelo tabaco, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é a que mais vem preocupando os médicos. O problema causa obstrução do fluxo aéreo e dificulta a respiração. Para agravar ainda mais a situação, há o contato passivo de crianças e adolescentes com o tabaco”, advertiu Wagner Ramos.
De acordo com a professora de fisioterapia da Universidade 9 de Julho (SP), Adriana Marques Battagin, cerca de 90% dos casos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica estão relacionados ao cigarro. “Um fumante que consome dois maços por dia tem risco de 4 a 5 vezes maior para desenvolver a doença, comparado aos não fumantes”, disse ela.
“Fumar, além de ser um hábito desagradável, causa impotência e aumenta o risco de câncer e de doenças cardíacas, entre outros males", alertou o oncologista Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília.
O parlamentar republicano considerou todos esses aspectos para citar um detalhe preocupante, segundo disse: “O último censo oficial realizado pelo IBGE (2007) mostrou Mato Grosso (2.854.642 habitantes) como o segundo maior estado populacional do Centro Oeste brasileiro, que possui quase 13 milhões e 223 mil habitantes. E o Brasil é o terceiro no mundo em número de fumantes”. Mato Grosso está à frente do Distrito Federal (2.455.903) e de Mato Grosso do Sul (2.265.274), nesta ordem, e atrás apenas de Goiás (5.647.035).
O tabaco matou 100 milhões de pessoas no mundo, no século 20, e deve matar 1 bilhão de pessoas até 2100 caso o número de fumantes não caia consideravelmente, assegurou a OMS. São mais de 4,9 milhões de óbitos por ano, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
Relatório da organização revela que após décadas de ataques ao tabaco, o número de fumantes está caindo em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá. Porém, em países em desenvolvimento o levantamento aponta crescimento. Mais ainda: apenas 5% da população mundial vive em países que aplicam todas as medidas de proteção indicadas para reduzir o número de fumantes.
“O pior nisso tudo é que o documento da OMS também revela que os governos arrecadam 500 vezes mais dinheiro em taxas relacionadas ao tabaco do que gastam com medidas antifumo. Ou seja: ainda que as atividades antifumo estejam crescendo, os países devem fazer cada vez mais", salientou o deputado mato-grossense.
Segundo estimativas da organização, o aumento do número de fumantes em países em desenvolvimento fará com que estes países respondam por 80% das oito milhões de mortes por doenças relacionadas ao tabaco, previstas para 2030. A análise global divulgada pela OMS reuniu informações de 179 países. Ela propôs medidas agressivas contra tentativas da indústria tabagista de se estabelecer em países com ações mais brandas para combate ao cigarro.
No Brasil, o estudo – que utiliza dados de 2006 – aponta que 16,2% da população maior de 18 anos é fumante. O consumo de cigarros no país se mantém estável desde 1999, ficando em torno de 100 bilhões de cigarros ao ano.
O estudo, que fornece dados importantes sobre uso e controle do tabaco em países que representam mais de 99% da população mundial, recomenda uma estratégia de seis pontos para combater o macabro prognóstico.
Os pontos listados pela OMS são:
- monitorar o uso de tabaco e as políticas de prevenção
- proteger as pessoas da fumaça do tabaco
- oferecer ajuda àqueles que desejam parar de fumar
- alertar a respeito dos riscos do tabaco
- reforçar a propaganda anti-tabagista e
- criar e/ou aumentar os impostos sobre a comercialização do tabaco.
A Organização afirma que as seis estratégias estão ao alcance de todos os países e que, combinadas em um pacote, oferecem boa chance de reverter esta crescente “epidemia”.
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