Em novo pleito, candidatos não podem dar entrevistas
O juiz substituto Douglas Bernardes Romão, responsável pela realização das novas eleições neste domingo (31) em Novo Horizonte do Norte (a 400 km de Cuiabá), tomou uma decisão inusitada e um tanto polêmica. Determinou que nenhum dos dois concorrentes pode sequer conceder entrevistas a veículos de comunicação. A campanha terá que ser literalmente na base do “gogó” e na “sola do sapato”. Inclusive, os presidentes de partidos, delegados e agentes políticos foram proibidos de fornecer qualquer notícia ou informação sobre o pleito.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado no dia 30 de abril, impede ainda que os candidatos João Antônio de Oliveira (PMDB) e Waldecir de Sá (PPS), que concorrem ao cargo de prefeito, coloquem placas e cartazes grandes pela cidade. Nem mesmo usar alto-falante em reuniões nas comunidades está permitido, muito menos utilizar carro de som ou realizar carreatas. O magistrado liberou apenas a entrega de santinhos e adesivos em carros. Até o horário eleitoral gratuito foi dispensado.
Segundo informações, a cidade nem parece que está em pleno período de campanha eleitoral. Para angariar votos, os candidatos tem dobrado os esforços junto à população. Nas eleições municipais de 2008, João Antonio disputou a prefeitura, juntamente com o seu vice José Nilton de Britto (PP), mas perdeu a disputa para o prefeito eleito Agenor Evangelista da Silva (DEM), que teve cassado o registro de candidatura. Diante de um erro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que não informou que Agenor obteve 50,25% dos votos, o peemedebista chegou a assumir o comando da prefeitura por três meses. Após a retificação da falha, quem assumiu o cargo como prefeito tampão foi o presidente da Câmara, vereador petista Reinaldo Aparecido Rodrigues de Oliveira. Do outro lado está Waldecir, o vereador mais votado nas últimas eleições com 185 votos, que disputa o cargo, juntamente com Maria Aparecida de Oliveira Gorges, a Cida do Indea (PR), que concorre à vice.
TRE
A assessoria de comunicação do TRE ressalta que a assinatura do TAC é legal e foi firmada em comum acordo por todos os candidatos. Apesar disso, recentemente a Justiça Eleitoral revogou um Termo de Ajustamento aplicado nas eleições do ano passado em Novo São Joaquim (a 400 km de Cuiabá). Os candidatos foram proibidos de praticar várias condutas que a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitia. Um dos concorrentes, que não assinou o TAC, chegou a ser multado em R$ 5 mil por distribuir uma carta aberta, mas se livrou da pena.
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