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Cidades/Geral
Domingo - 30 de Junho de 2013 às 17:32

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Pacientes de Mato Grosso estão buscando atendimento em Goiás, Tocantins e Rondônia. A falta de estrutura nos municípios e a dificuldade na transferência para Cuiabá¡, capital mato-grossense, transformaram as cidades que fazem fronteira com outros estados em exportadoras de doentes.


 
O governo do Estado de Goiás informou que todos os anos, mais de 2,5 mil pessoas, vindas de Mato Grosso, procuraram serviços de alta e média complexidade nos municípios goianos. Conforme dos dados, de 2009 a abril de 2013 foram 11.881 atendimentos.


 
As cidades do Vale do Araguaia realizam caravanas diárias para o estado vizinho. Em Alto Garças (357 km ao sul de Cuiabá¡), no mí¬nimo 10 pacientes fazem o translado mensalmente para Goiás. “Se dependermos de Cuiabá¡ e da boa vontade do governo estadual estamos ferrados. Temos um consórcio dos munícipios vizinhos, para algumas especialidades, mas quando o assunto é cirurgia, é bem mais rápido e fácil encaminhar para Goiânia”, afirmou Paraguaçu Gregório Junior, secretário de Saúde de Alto Garças.


 
Ele acredita que o problema seria resolvido se o governo estadual estruturasse melhor os centros regionais e descentralizasse atendimentos de alta complexidade. “Um hospital de Rondonópolis tem que absorver 19 municípios vizinhos. “Só fazer as contas e ver que isso é impossível”.


 
A cidade de Rondolândia (1.600 km a noroeste de Cuiabá¡) tem aproximadamente quatro mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, o número de novos nativos está¡ chegando a quase zero, pois nenhum centro na região é capaz de realizar parto.


 
Os partos têm que ser redirecionados para municípios do estado vizinho, Rondônia. “A maioria dos procedimentos é feita em Cacoal ou Ji-Paraná. Os únicos partos que ocorrem aqui são por acidente”, assegurou a secretária de Saúde do municí¬pio, Clara Silva Andrade de Oliveira.
 
 
Oliveira explica que além dos partos, atendimentos de urgência e emergência também precisam ser levados para Rondônia. Segundo a secretária, a região tem um pacto interestadual em que os pacientes podem ser encaminhados para as cidades de Rondônia. O contrato assegura um número fixo de atendimentos, porém, na prática, o número é bem maior. Ãs vezes os pacientes vãoo parar até na capital deles, Porto Velho”.


 
Na outra extremidade de Mato Grosso está Ã cidade de Vila Rica (1.259 km a nordeste de Cuiabá¡). Segundo dados do IBGE, aproximadamente 21 mil habitantes residem no município. Segundo a Secretaria de Saúde de Vila Rica, por ano, aproximadamente 300 pessoas que necessitam de atendimentos de urgência e emergência, são obrigadas a serem transferidas para a capital do Tocantins, Palmas, que fica a cerca de 500 quilômetros.


 
De acordo com a secretária de Saúde de Vila Rica, Surami Moreira, os atendimentos de urgência e emergência são encaminhados para lá¡ por conta da receptividade da capital vizinha. “Em Cuiabá há muita dificuldade, para urgência e emergência. É quase impossível pela distância. Nos atendimentos eletivos, temos que esperar mais de um ano. Entramos em contato com Secretaria Estadual de Saúde e muitas vezes nem obtemos resposta”


 
Além da dificuldade para conseguir atendimento, o município reclama da qualidade das estradas e rodovias para chegar a capital mato-grossense. “Nãoo somos apenas nós que fazemos isso, todos os municí¬pios da região enviam pacientes para Tocantins. Porto Alegre do Norte, Confresa, Canabrava do Norte e outros também acabam sendo obrigados. É fazer a transferência ou ver a população sofrer. Para Palmas até© o caminho é melhor estruturado do que para Cuiabá”, concluiu a secretaria.





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