Pré-candidato, Carlão loteia cargos com 1,2 mil contratados

Sob desculpa de que o quadro de pessoal efetivo está incompleto, o secretário de Educação de Cuiabá, Carlos Carlão do Nascimento, um dos pré-candidatos do PSDB a deputado estadual em 2010, contratou mais de 1,2 mil pessoas temporariamente, somente no mês passado. Esses contratos se estendem até dezembro. A maioria é para reposição do quadro de professores. São 514 substitutos que recebem de R$ 805 a R$ 1.074, dependendo da carga horária.

Além dos professores, a Educação sob o governo Wilson Santos assinou contrato com 382 auxiliares de desenvolvimento infantil (ADI), que trabalham nas creches da Capital. Passaram a fazer parte do quadro comissionado outros 150 auxiliares de serviços gerais, 90 merendeiras e 33 vigilantes. Para trabalhar no Cuiabá-Vest, o cursinho pré-vestibular destinado a estudantes carentes, a prefeitura também autorizou a contratação de 14 gerentes de pólos, com salário de R$ 600, além de 36 professores e de um técnico de nível superior.

Ao invés de contratos temporários, o Poder Executivo deveria promover concurso público para preenchimento das vagas. Prefere, porém, lotar a máquina com DAS, uma estratégia costumeira de secretários e de outros gestores públicos de tirarem proveito político e também atender a interesses de apadrinhados.

A Educação argumenta que todos os funcionários temporários passaram por uma banca examinadora antes de serem admitidos e que a contratação nesses moldes é necessária diante do déficit no quadro funcional. No total, são 97 escolas e 48 creches sob a tutela do município. Há casos em que o cargo está vago ou o servidor efetivo está de licença. A pasta conduzida pelo ex-deputado Carlão emprega cerca de 2 mil professores efetivos.

Carlão promete concurso público para o final deste ano. Enquanto isso, os aprovados no último concurso realizado pela própria gestão Santos, em 2007, não foram convocados até hoje para tomar posse. A realização de provas para admissão, uma forma de disciplinar o ingresso aos órgãos públicos do município foi, inclusive, uma promessa de campanha do prefeito tucano.