Maggi acha possível manter Jayme na base aliada
O governador Blairo Maggi (PR), revelou ao MidiaNews, na manhã desta terça-feira (19), que retomou as conversas políticas com o senador Jayme Campos (DEM), em torno da possibilidade de manter o grupo político liderado pelo democrata, no arco de aliança que foi formalizado em 2002 e que venceu duas eleições consecutivas.
No entanto, o governador disse que o encontro realizado na segunda-feira, após a reunião com a bancada federal, no Palácio Paiaguás, foi "bem light, bem extra-oficial". "Ainda estamos na estratosfera", brincou.
De acordo com Maggi, a conversa, que durou pouco mais de uma hora, serviu para "quebrar o gelo" que a relação entre ambos vinha experimentando de uns meses para cá.
"Nós deixamos claro que as portas não estão fechadas, nem de um lado nem do outro, na relação institucional entre os dois partidos (DEM e PR). O que é muito importante, porque podemos conversar e articular com mais tranquilidade, e é sempre possível dar um passo atrás ou à frente. Estamos bem à vontade, temos o maior respeito um pelo outro e, além disso, somos companheiros políticos já há muito tempo", disse Maggi.
O governador lembrou que, desde que chegou em Mato Grosso, milita junto com esse grupo. "Me elegi duas vezes com o apoio deles. Então, a partir disso, vamos conversar mais vezes para tentarmos estar juntos em 2010 também", disse Maggi.
O republicano afirmou, também, que as declarações feitas por Jayme Campos nos últimos meses, contra algumas ações do Governo, as reclamações por falta de espaço para o DEM na administração, além da possibilidade de o partido entregar os cargos que ocupa, rompendo de vez as relações institucionais entre as siglas, não são consideradas.
"As reclamações são normais, porém, na questão da entrega dos cargos, ele (Jayme) me disse que não tomou posição nenhuma e que apenas reproduziu no partido uma declaração que eu havia feito, e de fato eu fiz mesmo, dizendo que os partidos que estiverem conosco no arco de aliança são Governo, e aqueles que fazem parte do arco de aliança e decidirem tomar outro rumo para fazer um novo projeto político e se colocar na oposição, é óbvio que tem que entregar os cargos", disse Maggi. "Não tem como você dormir com o inimigo. Também é possível ter um novo projeto político e manter essa mesma base até o final do meu mandato", afirmou.
Esse convívio, no entanto, de acordo com Blairo Maggi, torna-se impossível a partir do momento em que qualquer partido da base aliada decidir mudar de lado e ir para a oposição. "Não tem como conviver dessa forma porque as estratégias são diferentes. Que fique bem entendido: política é uma coisa e amizade outra... Enfim, respeito entre um e outro é bem diferente", completou.
Mesmo assim, o governador acha que ainda é possível passar por cima de todos os problemas e manter a aliança com o Democratas para as eleições de 2010.
Sem dificuldade
"Eu fui bem claro com o Jayme [Campos]. Falei que, de nossa parte, não há nenhuma dificuldade em apoiar a candidatura dele, se ele for escolhido como candidato do grupo. Ele me devolveu como resposta que também não terá dificuldade para apoiar a candidatura de Silval Barbosa (PMDB)", observou Maggi.
Para o governador, nesse momento, é preciso tentar fazer as conversações em nível de partidos políticos e lideranças, porque isso tudo precisa ser consolidado nas ruas. "Então, não tem ninguém candidato nesse momento. Temos pré-candidatos, pessoas que têm vontade de ser candidatos, mas, a definição vai ser lá na frente. Por isso, dá para todo mundo estar conversando nesse momento", completou o governador.
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