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Politica Brasil
Segunda - 18 de Maio de 2009 às 12:37
Por: Edilson Almeida

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O governador Blairo Maggi e o senador Jayme Campos (DEM) ocuparam nesta segunda-feira o mesmo recinto: o gabinete do chefe do Executivo no Palácio Paiagauás. A bancada federal de Mato Grosso se reuniu com Maggi para discutir questões relacionadas a implantação da Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), no Norte do Estado. Apesar da relevância do assunto, todos os olhares estavam atentos a um outro fator: o encontro de Maggi com Jayme, que, nos últimos meses, estão se digladiando em torno da sucessão de 2010. E cumpriu-se a praxe da boa convivência: republicanos e democratas disseram, ao final, que estão prontos para conversar sobre a aliança política.

Dissimulado, o senador democrata chegou a dizer que não vê dificuldades para discutir com o PR de Blairo Maggi a manutenção do acordo político iniciado entre os grupos políticos em 2002, na primeira eleição de Maggi ao Governo. Em que pese ter confirmado que o DEM está levando a cabo o projeto de ter candidato próprio ao Governo, no caso, ele próprio, Jayme Campos. O recado de Jayme é mais ou menos assim: se o PR quiser aliança com o DEM, que seja pelas regras do DEM. Os Democratas, inclusive, estão trabalhando firme para manter o acordo firmado para as eleições gerais, na qual os democratas deverão indicar o vice numa aliança com o PSDB para disputar a sucessão do presidente Lula.

Isso significa que o distanciamento entre os grupos que formam os dois partidos é cada vez maior. Maggi e Jayme Campos, estremecidos, deixaram de falar a mesma língua. Na semana passada, houve ataques de lado a lado, sem contemporizações. Desde 2006 que o governador e o senador vêm se estranhando. O ápice do desentendimento aconteceu nas eleições municipais, quando o PR de Maggi emplacou uma derrota sobre o DEM de Jayme Campos em Várzea Grande, base eleitoral de Campos. O candidato do DEM era Júlio Campos, irmão de Jayme. Articuladores políticos, todavia, enxergam que a resistência pode ser quebrada e até admitem a possibilidade de DEM e PR continuarem juntos em 2010. Porém, nesta primeira tentativa, apenas fragmentos.

O deputado federal Homero Pereira (PR) indicou claramente que, apesar dos esforços, a situação é complicada. Além dos republicanos estaremos alinhados na candidatura do vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, há ainda o Partido dos Trabalhadores (PT), que pode apontar nomes na aliança. Ele citou o caso da senadora Serys Slhessarenko e também do deputado federal Carlos Abicalil, que podem disputar Senado e Governo ou vice-versa.

Hoje o PR não tem nenhum tipo de militância política. O partido do governador é visto como “ajuntado de gente”. A decisão de Maggi em não disputar a eleição de 2010 – e sob a promessa de não voltar atrás nem com o apelo do presidente Lula – contribuíram para “afundar” ainda mais o partido, aniquilando suas possibilidades de fazer frente nas discussões com outras siglas. A entrada do deputado federal Wellington Fagundes como interlocutor do PR não conseguiu reverter o quadro de acefalia republicana.

De concreto, o partido tenta se firmar na aliança governista. Além de Fagundes, que agora tenta viabilizar seu nome para ser candidato ao Senado Federal, o partido tem como nome viável para apresentar numa eventual coligação o candidato derrotado nas eleições de 2008, o empresário Mauro Mendes, que insinua aceitar o convite de segmentos do PMDB para que seja o candidato ao vice de Silval Barbosa.





Fonte: 24 Horas News

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