Após emplacar CPI da Petrobras, PSDB agora tenta relatoria de comissão
"É claro que a relatoria seria mais produtivo, é uma posição chave, mas caso o governo não abra mão, cabe a oposição aceitar a presidência", afirma o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de instalação da CPI.
Pelo regimento do Senado, quando uma CPI é criada, a presidência e a relatoria são destinadas às maiores bancadas da Casa, que neste caso são PMDB e DEM.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no entanto, já adiantou que vai defender o nome de Dias para um dos cargos. "É o primeiro signatário [senador que propõe a CPI] que tem o direito de ficar com a presidência ou relatoria. Já houve caso em que não foi assim e o governo deve ter se arrependido amargamente", afirmou.
Segundo Dias, a divisão de tarefas na comissão recém-criada será "bom senso" do governo para evitar mais disputas. "A tradição no Senado sempre foi de alternância, quando o governo tem a presidência, a oposição tem a relatoria, ou o contrário, e eu espero que o governo respeite essa tradição e compartilhe com a oposição a direção dos trabalhos da CPI, até para que não haja uma guerra".
Apesar de já adiantar sua disposição de integrar cargo de destaque na CPI, o tucano admite que ainda não houve tempo para negociações. "Não se tinha certeza se a CPI seria um fato consumado. A partir de terça-feira vamos ter possibilidade de buscar entendimentos."
A relatoria, no entanto, também deve ser o principal alvo de cobiça dos partidos da base aliada de Lula. Isso porque, com a relatoria em mãos, os aliados poderão "blindar" eventuais informações que supostamente possam comprometer a diretoria da estatal e constranger a cúpula do governo.
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