Sob carência de líderes, ex-governadores voltam à política
Em meio à carência de novas lideranças políticas, começam a voltar à vida pública, mesmo já aposentados, membros da chamada velha guarda que ocuparam cargos eletivos importantes em Mato Grosso. Neste ano, o primeiro a entrar em cena de novo foi o ex-governador Frederico Campos (79/83), que assumiu a diretoria-administrativa e financeira da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).
Ele atua como caixa da autarquia, responsável pela execução das obras do PAC, que prevê R$ 238 milhões para projetos de saneamento. A nomeação partiu do prefeito Wilson Santos (PSDB) que, curiosamente, foi adversário político ferrenho de Frederido na década de 80. À época, Santos era vereador e, Frederico, prefeito de Cuiabá.
Agora, surge o ex-governador Pedro Pedrossian. Aos 80 anos, ele deixou o PMN e se filiou no PTB, em ato realizado nesta sexta, em Campo Grande (MS), onde reside hoje. O presidente nacional da legenda petebista, ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), e o vice-prefeito de Cuiabá e secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão Chico Galindo, que comanda a sigla em MT, prestigiaram a solenidade. Pedrossian, que foi governador de 68 a 71, uma década antes de Mato Grosso sofrer processo de divisão territorial para o surgimento de Mato Grosso do Sul, se vê tão animado que já lançou sua pré-candidatura a governador em 2010 pelo Estado vizinho. Além dele, também aderiram ao PDT a sua esposa Maria Aparecida e a filha Rosa. Os petebistas apostam que vão viabilizar projeto próprio à sucessão estadual com Pedrossian na cabeça-de-chapa.
Outros ex-governadores estão na ativa, como o deputado federal Carlos Bezerra, e também ex-chefes do Executivo estadual, como Júlio Campos, que está em pré-campanha para deputado federal. Além de Frederico, o prefeito cuiabano abriu espaço também para outro líder da velha safra, o ex-vice-governador e ex-deputado Oswaldo Sobrinho, secretário de Governo. Sobrinho se tornou o principal articulador político e porta-voz de Santos, de quem é primo. A administração Blairo Maggi cedeu cargos de visibilidade a "políticos da antiga", como o ex-prefeito de Cuiabá e ex-deputado Rodrigues Palma, secretário-adjunto da pasta de Indústria, Comércio, Minas e Energia, mais voltado às questões do agronegócio.
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