Deputado evangélico cedeu cota de passagens para pastores e músicos gospel
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, a Câmara pagou passagens para oito integrantes da banda Oficina G3 e o rapper DJ Alpiste. Eles foram de São Paulo para Brasília, onde participaram da segunda edição do "Desperta, Brasília", realizado no estacionamento do ginásio Nilson Nelson.
O site informa que cada pessoa pagou R$10 para entrar no evento ou entregou um quilo de alimento, que foi distribuído a famílias carentes.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, Rodovalho informa que devolveu R$ 41.196,40 à Câmara no dia 14 de maio de 2009 referentes às passagens. O cálculo foi feito pela própria assessoria do parlamentar, uma vez que a Câmara ainda não informou ao deputado o valor total das despesas com as passagens dos músicos e pastores.
Na nota, Rodovalho ressalta que em 2007 o uso da cota de passagens aéreas dos deputados por terceiros não era motivo de questionamento.
"Todos os deputados federais da Casa receberam instruções de que a cota existia e poderia ser usada da forma mais conveniente para o trabalho parlamentar", diz a nota de Rodovalho, atual secretário de Trabalho do Distrito Federal.
DJ Alpiste disse à Folha Online que não sabia que as passagens enviadas eram da cota do deputado. Somente descobriu a origem dos bilhetes pela imprensa. "Eu não tenho nota fiscal [da passagem] e não tenho como saber quem pagou", disse o rapper, ao lembrar que o contratante é o responsável pelo envio das passagens. "Se não enviam a passagem, não vou", disse.
Como cristão, o rapper preferiu não comentar a atitude do deputado licenciado, bispo da Sara Nossa Terra, em usar as cotas das passagens para o evento evangélico.
"Eu não posso opinar sobre isso porque conheço o Rodovalho como bispo, como pastor, e não como deputado. Se falar qualquer coisa, estarei sendo injusto, porque o conheço como pastor, antes de ele ser deputado. A atuação dele como parlamentar eu não tenho como opinar", afirmou DJ Alpiste, que é da Igreja Renascer em Cristo.
Por meio de sua assessoria, a banda Oficina G3 disse que também desconhecia a origem do dinheiro que pagou as passagens aéreas, pois os contratantes dos shows são os responsáveis pela compra dos bilhetes.
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