Cerimônia do governo vira ato político com Dilma e Serra
A cerimônia do governo para o anúncio de medidas que facilitem o acesso a informações públicas se transformou em ato político envolvendo os pré-candidatos à sucessão presidencial, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, do PT, lembrou o "simbolismo" de ambos estarem ali dividindo a cerimônia de hoje. Segundo ele, a presença das duas figuras que a imprensa aponta como fortes candidatos à Presidência "assegura o compromisso que a caminhada (de abertura dos arquivos) é do Estado brasileiro e não importa a sucessão de partidos, de forças políticas no poder, cuja alternância é sempre saudável na vida democrática".
Pouco depois, de improviso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou que ninguém deve ver nesse ato de acesso a documentos revanchismo ao regime militar, porque o atual governo pretende apenas prestar um serviço democrático ao desvendar os mistérios que ainda persistem na história.
"Daqui um ano e meio eu deixarei o governo e tudo o que eu fizer de errado, quem vier depois de mim, tem mais é que dizer as coisas que eu fiz de errado. E eu não posso achar que a pessoa está me perseguindo. Eu que trate de fazer as coisas certas, enquanto estiver no governo, para que depois eu não pague o preço de ficar correndo atrás das mazelas que quem entrar depois de mim achar que eu tenha feito", disse o presidente.
Pouco depois, ao ser questionado sobre sua adversária política, Serra disse que não encara a ministra Dilma como eventual opositora. "Eu sou o governador de São Paulo e continuo trabalhando. Antecipar campanha não é bom. Não vim aqui nesta condição, nem encaro a Dilma desta maneira. A encaro como ministra da Casa Civil, com quem tenho boas relações pessoais", afirmou.
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