Senado está "inchado", diz estuda da FGV
Estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Senado, revela o que desde março - quando teve início a crise institucional na Casa com a queda do então diretor-geral Agaciel Maia - vem sendo dito: a máquina administrativa está inchada. No diagnóstico, feito por 20 especialistas da FGV, é proposto, entre outras modificações, a redução das chamadas funções comissionadas, além de cortes nas diretorias das secretarias. As gratificações das funções comissionadas, que se somam aos salários, variam, em média, de R$ 1,3 mil a R$ 2,4 mil, dependendo do cargo. Em geral, as vagas são preenchidas por meio de indicações políticas.
O levantamento completo será entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pela equipe da FGV na próxima terça-feira (12), mesmo dia em que o senador promete apresentá-lo aos demais integrantes da Mesa Diretora e aos líderes partidários. Coordenador do diagnóstico, o professor e diretor da FGV Bianor Cavalcanti, afirmou que não foi feita auditoria financeira na Casa. Até porque, disse ele, a FGV não tem mandato para isso. "O que fizemos foi um trabalho profundo de reestruturação organizacional, e estamos sugerindo uma série de medidas como a mudança nas gratificações", explicou. Cavalcanti não quis falar em números. Ele destacou, porém, que os cortes são "substanciais e cuidadosos". A reportagem apurou que a proposta da instituição fala em redução de 38 para 20 no número de secretarias da Casa.
Além delas, o Senado dispõe de outras 70 subsecretarias. Desde que assumiu o Senado em fevereiro, a cúpula da Casa vem falando em reduzir o número de diretorias. O discurso foi reforçado depois que foi descoberto que elas chegariam a 181 - mais que o dobro da quantidade de senadores. Sarney determinou, então, medidas como a exoneração de 50 diretores, mas quase dois meses depois nem todas foram cumpridas. A FGV foi contratada por R$ 250 mil e o convênio firmado prevê a continuidade do estudo estrutural. Em um primeiro momento, os auditores da FGV atacaram os setores chamados pela instituição como "áreas meios" e que reúnem os departamentos de gráfica, informática e arquivo.
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