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Politica Brasil
Quinta - 07 de Maio de 2009 às 15:30

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Agora, quase acabando, enfim o governo Maggi pode mostrar pelo menos um paradigma quebrado entre os tantos prometidos e não cumpridos. É a primeira vez na história política recente de Mato Grosso que um governo está mais açodado pela eleição do que a oposição. O governo da turma da botina só pensa nisso. A gestão pública não é o fim, mas apenas o meio neste jogo de pretensões proporcionais e majoritárias do pleito de 2010 vivido já e extemporaneamente agora.

A onda crescente de visibilidade é a colocação dos nomes dos secretários-candidatos. Uns, muitos, aparecem para reafirmar a pretensão e a presença no cenário eleitoral, outros, poucos, na verdade um caso único, se apressam a negar o sonho ou a realidade. O fato: a eleição tomou de vez o lugar da gestão estadual.

O mau exemplo vem de cima. O próprio governador Blairo Maggi (PR) e o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) há muito tempo só falam de sucessão, de eleição, de alianças, de candidaturas. Trocaram de vez o nome do Palácio Paiaguás para Palanque Paiaguás. É óbvio que a turma do andar de baixo, o secretariado, fica açodada e segue os passos dos comandantes eleitorais.

Silval é candidato a assumir o cargo de governador, sonhando com o afastamento de Blairo, e, talvez, candidato ao governo pelo PMDB puxando a fila dos partidos que apostam numa candidatura de continuidade. Blairo já escreveu que não é mais candidato ao Senado, mas falou, com a ênfase da ressalva, que “pretende” não ser candidato. Entre o que diz e escreve, e por conta de tantas promessas não cumpridas, a negativa tem prazo de validade comprometido, caso o plano de virar ministro não se consolide.

A negativa solitária, em notas dos jornais de hoje, do secretário Eumar Novacki, de que “não tem interesse em disputar qualquer cargo eletivo” e que o seu trabalho político no governo, na secretaria mais política de um governo, “não tem nada a ver com pretensões políticas” pode, temporariamente, esfriar o debate e tirar o foco da sua atuação. Com todo o respeito, como diria o senador Jayme Campos (DEM), a negativa de Novacki, tal qual a de Blairo, parece “prego na areia” em termos de firmeza da posição assumida do descarte de uma candidatura "futura".

Já os outros secretários fazem o movimento oposto, chamando as luzes para seus nomes. Na Assembléia Legislativa, a reação a esta franca movimentação eleitoral dos “candidatos-secretários” varia na proporção do grau de firmeza ou fraqueza eleitoral de cada deputado. Mas é evidente que esta concorrência de quem tem poderes administrativos já é motivo de preocupação geral no parlamento. Neste cada um por si, a Assembléia Legislativa está menos preocupada se o governo Blairo parou e a única coisa que anda é a campanha política do grupo e de cada secretário-candidato. Peca por omissão.

A nota fecha com uma digressão. O melhor resumo do que serve uma campanha eleitoral é do governador Blairo Maggi. É dele a frase: “a campanha eleitoral serve para o gestor mostrar o que fez e para a oposição mostrar o que falta fazer”. Ao renunciar o julgamento do voto popular dos seus mandatos de governador, deixando de ser candidato, ele foge da própria receita ideal de avaliação da sociedade. Um gesto de covardia que o jornalista Mauro Camargo já levantou brilhantemente em sua coluna Contraponto.

É outro paradigma que Blairo quebra ao seu jeito, para menos.





Fonte: Do Blog do Antero Paes de Barros

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