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Politica Brasil
Quarta - 06 de Maio de 2009 às 13:23
Por: Andréa Haddad

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Lideranças do PR ficaram numa situação de fragilidade política com a desistência do governador Blairo Maggi (PR) em disputar uma cadeira no Senado em 2010. A avaliação é do articulista político, professor aposentado da UFMT e PhD em História da América Latina pela Tulane University (EUA), Alfredo da Mota Menezes. "Quem mais perde com esta decisão do governador é o PR, pois o Maggi era o principal puxador de votos da legenda", avalia.

O recuo do líder republicano compromete não apenas a corrida ao Palácio Paiaguás, mas também os proporcionais, ou seja, pré-candidatos a deputado estadual e federal. "Sem o Maggi, o PR fica sem uma perspectiva futura de liderança. Não tem um grande nome. Há candidatos do porte de Homero Pereira e Wellington Fagundes (ambos federais), mas será que eles vão suprir a necessidade pelo tipo de liderança que o Maggi exercia?", pergunta Alfredo, que afirmar fazer essa análise sem levar em consideração o fato de ser ligado ao PSDB, partido opositor aos republicanos.

Para ilustrar a fragilidade do PR no atual cenário político mato-grossense, o articulista comparou o impacto de uma reunião hipotética entre líderes do PR e o senador Jayme Campos, tendo a pré-candidatura de Maggi ao Senado ou do presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, ao governo. "Com estes dois nomes, o PR com certeza iria negociar com o Jayme com mais força. Mas, sem as pré-candidaturas de Pagot e Maggi, líderes do PR estarão enfraquecidos para negociar, sem conseguir impor suas condições. É um panorama completamente diferente. O Jayme é o que mais angaria apoio após estas desistências", apontou.

Democratas e tucanos

Perguntado se a possível coligação entre DEM e PSDB, siglas que atuam em campos opostos há décadas em Mato Grosso, provocaria a percepção de incoerência e revolta nos eleitores, Alfredo da Mota Menezes foi pragmático. "Em política, é quase impossível firmar uma composição por desejo do povo. Os acordos são feitos com base nos interesses das lideranças e nunca da população". Mesmo com o fim da verticalização, que obriga partidos a reproduzirem nos Estados as alianças firmadas em nível nacional, o articulista acredita numa aliança entre tucanos e democratas. "As duas siglas já fecharam acordo para lançar candidato à presidência da República. É praticamente impossível que estejam em lados opostos em Mato Grosso. O nome da deputada federal Thelma de Oliveira e do ex-senador Antero Paes de Barros certamente vão aparecer numa composição com o DEM de Jayme Campos".

Ao ser indagado sobre o interesse do procurador da República em São Paulo, Pedro Taques, e do juiz federal Julier Sebastião da Silva, em disputar cargos eletivos, Alfredo Menezes ponderou que na política "há coisas republicanas e não republicanas", numa alusão ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), "e eles (Taques e Julier) certamente não aceitariam algumas imposições das velhas raposas". O articulista atestou, por outro lado, que os dois nomes são excelentes, pois primam pela atuação ética e honesta. "O Julier e o Pedro Taques merecem todo o nosso respeito porque são pessoas honestas e de incontestável formação moral. Só por terem enfrentado o Arcanjo, merecem todo o nosso respeito".

Para ingressar na política, no entanto, terão que abandonar a magistratura. "Primeiro, terão que deixar os cargos, o que os coloca no mesmo patamar dos outros candidatos. Em segundo lugar, aquilo que possuem de melhor, a ética e a honestidade, são características que os tornam mais frágeis na hora de fazer os arranjos políticos. Alguns políticos com quem eles terão que lidar são republicanos, mas outros não. Você acha que as velhas raposas vão ter coragem de propor alguma coisa não republicana para os dois?", indagou.





Fonte: RD News

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