Insegurança gera debate em Alto Paraguai

Mais uma Audiência Pública envolvendo a segurança ocorreu na região. Desta vez foi em Alto Paraguai, na noite do dia 27 de abril; os problemas todos sabiam o que faltava era encontrar uma solução que até o momento ficou na promessa.

Os casos relatados foram cômicos de tão trágicos. O prefeito de Nortelândia – Neurilan Fraga, antes de expor as problemáticas de seu município lembrou de outro encontro com a mesma finalidade que ocorreu em Arenápolis e nada foi resolvido. “Estamos à mercê dos bandidos e da violência que tomou conta da nossa região”, mencionou Neurilan, que relatou que o comandante de Nortelândia é obrigado a levar a viatura para casa se não ela é roubada no quartel.

Continuando o discurso ponderou que seu município é campeão em estupro, campeão em suicídio, campeão em boca de fumo, campeão em pessoas com deficiência mental que perambulam pela cidade.

Num pedido modesto Neurilan Fraga – PR pediu somente um policial militar e meio delegado para Nortelândia, em seguida desabafou: “Esse é um grito de quem está sofrendo, espero que essa Audiência Pública não tenha o mesmo fim da que teve em Arenápolis”, concluiu.

Outro caso caótico foi apresentado pelo vice-prefeito de Nova Marilândia, Ademar Soave, “Nós estamos quase sendo linchados pelos eleitores. Em Marilândia temos dois policiais: um toma remédio controlado o outro é sozinho. O alarme do banco que foi assaltado soou e o policial não foi lá ver o que tinha acontecido porque só tinha um revolverzinho na cintura”, afirmou o vice-prefeito.

Assim seguiram os relatos dos demais gestores presentes, todos com várias histórias reais de assaltos, suicídios, homicídios, estupros e drogas. As tragédias que assolam o dia-a-dia dos municípios dariam para montar o roteiro de vários filmes de terror.

A polícia está temerosa, faltam armamentos, faltam viaturas, faltam policiais, faltam soluções imediatas.

Esteve presente representando o secretário de Segurança do Estado de Mato Grosso, o coronel Antônio Roberto Monteiro de Moraes, que prometeu dois policiais militares para cada município depois da formatura dos mesmos em Tangará da Serra que ocorrerá no dia 8 de maio.

“Estamos com uma crise financeira na região e um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), isso cria uma malha muito grande de desocupados, que fazem delitos de menor poder ofensivo e quando se vê que está fragilizado, aumenta o poder de agressão”, afirmou.

O prefeito de Alto Paraguai e anfitrião do encontro, Adair José Alves Moreira - PMDB, disse que a insegurança pública é assunto a ser debatido em todo país. “Discutir essa temática, pode ser um trágico consolo, mas não é privilégio nosso. A sociedade precisa ter em quem se espelhar e confiar”, frisou Adair.

A grande preocupação de todos os gestores presentes foi resumida nas palavras do prefeito de Diamantino, Juviano Lincoln - PPS que ressaltou que a região está desenvolvendo com a vinda de novas empresas, portanto a segurança também tem que crescer.

Presidindo a Audiência estava o deputado Guilherme Maluf, que relatou os oito encaminhamentos Pós-Audiência, sendo eles: Aumento do efetivo; novas viaturas; equipamentos que o Estado vai anunciar no PAC da Segurança; dispensa de contra partida da reforma das unidades prisionais e delegacias - quando os prefeitos justificarem que não tem condições; instalação do Proerd; trazer para região a inteligência da PM; não tirar a delegacia Judiciária de Diamantino; trazer um curso de formação policial para a região.

O chefe do Poder Executivo de São José do Rio Claro, Massao Watanabe - PR, salientou que não será em uma Audiência Pública que irá sair à solução de todos os problemas, mas o diálogo sempre é muito importante.