Após 2º mandato, Blairo Maggi admite deixar vida pública
“Não quero virar escravo da política”, disse nesta segunda (27), o governador Blairo Maggi (PR), ao anunciar que não disputará nenhum cargo eletivo em 2010. Maggi garante que finalizará o seu mandato de governador, mas confessa estar cansado. “Dois mandatos à frente do Estado é muito desgastante. Preciso de um tempo para mim. Talvez depois volte à política”, desabafa Maggi.
O anuncio foi feito no Hotel Fazenda Mato Grosso, onde acontece o Encontro Estadual dos Prefeitos do PR. Apesar de se mostrar decidido a encerrar a sua carreira política, o governador admite a possibilidade de uma reviravolta. “A tendência é que eu saia, mas ainda avalio uma disputa”, pondera. Maggi foi lançado pelo PR como virtual candidato a uma vaga no Senado. É cogitado ainda ao cargo de vice-presidente da república ao lado da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), virtual candidata a presidência. O governador reclama de pressões internas para disputar cargos em 2010. "Não quero ter a obrigação de carregar o partido nas costas", disparou Maggi. Além ser "forçado" a encabeçar disputa e nortear as decisões do PR, acionistas do Grupo Maggi, do qual Blairo é sócio majoritário, exigem mais empenho do republicano no gerenciamento da empresa.
Outro fator que teria motivado a saída da vida política de Maggi foi a exposição pública das complicações de saúde de sua esposa, primeira-dama e secretária de Trabalho Emprego e Cidadania, Terezinha Maggi. "Percebi que desde que meu filho tinha 12 anos, eu não passava uma semana inteira com ele. Agora, ele tem 22 anos e, enfim, pude ficar com ele". Maggi passou uma semana com a família em São Paulo, durante o período em que acompanhou a sua esposa que ficou internada no Hospital Sírio Libanês até a última sexta (24).
(12h) - Após 14 anos de vida pública, 2º maior produtor de soja do mundo deixa política
A carreira política do governador Blairo Maggi teve início em 1994, quando disputou o cargo de senador pela coligação que elegeu o então cacique do (ex-PFL, hoje DEM), Jonas Pinheiro. A dobradinha levou Pinheiro a utilizar o bordão, “sou o pai político do Brairo (sic.) Maggi” que na época nem mesmo era filiado a nenhum partido. Na época Maggi era o maior produtor individual do mundo de soja, hoje o título pertence a seu primo Eraí Maggi, prefeito de Sapezal, ambos são sócios do grupo Sementes Maggi, fundada em 1973.
Maggi foi “elemento surpresa” nas eleições de 2002, quando resolveu disputar o cargo de governador do Estado pelo PPS às vésperas do pleito. Com apoio de lideranças políticas e do agronegócio, Maggi derrotou o então senador Antero Paes de Barros (PSDB), afiliado político do governador da época, Dante de Oliveira, mesmo partido. Maggi se elegeu no primeiro turno de forma inesperada com 51% dos votos, a maioria no interior do Estado.
Em 2006 se reelege com 65,39% pelo mesmo PPS, que de sigla “nanica” passou a ser o maior partido do Estado. Um ano depois, funda o PR (fusão Prona e PL) e leva a maioria das lideranças, que antes militavam no Partido Popular Socialista, para o Partido da República, hoje maior sigla do Estado com 32 prefeitos e 17 vices, além de dois deputados federais Wellington Fagundes e Homero Pereira, e seis estaduais: Jota Barreto, Mauro Savi, João Malheiros, Wagner Ramos, Sebastião Rezende e Sérgio Ricardo. O filiados do partido ficaram conhecidos como a "Turma da Botina", numa referência ao fato da maioria dos membros serem ligados ao setor de agronegócio. Maggi era cogitado a disputar uma cadeira no Senado ou até mesmo a vice-presidência na chapa encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
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