Barbosa desrespeitou o povo de Diamantino, diz Lincoln

"O ministro Joaquim Barbosa faltou com respeito ao povo de Mato Grosso e, principalmente, com Diamantino", disparou nesta segunda (27), o prefeito de Diamantino (a 195 km de Cuiabá), Juviano Lincoln (PPS), numa referência a polêmica entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa e o mato-grossense Gilmar Mendes. Na última quarta (22), eles bateram boca em sessão do STF. "Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar! O senhor respeite!”, disparou Barbosa.

O prefeito recém-empossado de Dimantino reafirmou que, apesar de presidir o STF, Gilmar Mendes não tem influência sobre as decisões da justiça eleitoral. "O ministro Gilmar Mendes não manda na cidade e nós também não temos capangas por aqui", rechaça. Juviano Lincoln é afilhado político do ex-prefeito Chico Mendes, irmão do presidente do STF, que visitou o município dias antes da cassação do prefeito eleito Erival Capistrano (PDT), afilhado político do deputado estadual Otaviano Pivetta. Capistrano foi cassado sob acusação de supostas irregularidades em doações da campanha eleitoral de 2008. Ele também teve a prestação de contas questionadas pelo Ministério Público Eleitoral. "Infelizmente, venci. Derrubei uma oligarquia que comandava Diamantino por 16 anos. Talvez, isso tenha sido o meu maior erro. Tenho a consciência tranquila porque minha campanha foi limpa e honesta", assegura Erival Capistrano. O pedetista "joga a que culpa" ainda no ministro Gilmar Mendes que teria articulado em favor de Lincoln.

Perguntado sobre o reflexo do "bate-boca" entre os ministros do STF para a justiça eleitoral mato-grossense, o juiz-membro do TRE, Yale Sabo Mendes, primo de Gilmar Mendes, desconversou. E se limitou a dizer que "isso é briga entre eles (Mendes e Barbosa). Quem sou eu para falar sobre um assunto que envolve dois ministros da mais alta corte do país?".