Riva diz que Taques mentiu sobre improbidade na AL
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), afirmou, neste domingo (26), que as investigações comandadas pelo então procurador da República em Mato Grosso, José Pedro Taques, em 2003, dentro da denominada "Operação Arca de Noé", tiveram um caráter meramente político ao mirar diretamente no Poder.
A ação do MPF, como foi amplamente divulgada na época, teve como ponto alto a apreensão, em junho daquele ano, de documentos que estavam em poder da Confiança Factoring, de propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, e que revelariam uma movimentação financeira de grande volume de cheques sacados contra a conta corrente da Assembléia Legislativa.
"Só a Assembleia foi exposta nessa operação. Tiveram a intenção de nos atingir", disse Riva, em entrevista ao programa "Ponto de Vista", da TV Rondon. Ele lembrou que, na mesma época em que a operação foi deflagrada, foram encontrados da empresa de Arcanjo cheques de prefeituras, câmaras, grandes empresários e políticos e até de organismos do Governo.
"Mas, só nós [Assembléia] fomos expostos", afirmou Riva, que era presidente do Legislativo. Para ele, tudo não passou de uma jogada política. "Isso foi uma perseguição política, pois sabem que não tenho medo de trabalhar", completou.
Calcinhas
O presidente da Assembléia também condenou a "pirotecnia" da operação comandada pelo procurador Pedro Taques e que resultou no que se convencionou denominar "Caso das Calcinhas". Em 2003, a mesma Operação Arca de Noé denunciou os deputados José Riva, presidente, e Humberto Bosaipo (PFL, hoje DEM), primeiro-secretário, por suposta malversação de recursos públicos, com base em um cheque no valor de R$ 55 mil, que teria sido utilizado em compras numa loja que comercializa roupas íntimas.
"A questão das calçinhas foi uma maldade inventada de um procurador que faltou com a verdade. Na realidade, a empresa em questão prestou serviços para a Assembléia no período de 1996 a 2001, mas com fretamento de aeronaves. Tenho todos os comprovantes e assinatura de piloto com os trajetos feitos para quem quiser ver. A empresa, em 2002, mudou a razão social para uma fábrica de lingerie e foi isso que esse procurador viu. No entanto, ele não foi atrás desses documentos e nem do processo licitatório", disse Riva.
De acordo ainda com o deputado, o número de processos elaborados pelo Ministério Público também foi "uma maldade" do procurador Pedro Taques, pois, segundo ele, para cada nota foi aberto um processo. "Por isso, restou esse número absurdo de processos que o próprio Ministério Público está revendo", observou.
"Estou pronto para me deparar tanto com Julier [Sebastião da Silva, juiz federal] como com Pedro Taques. Foi injusto tudo isso, e é uma imbecilidade acreditar em tudo isso. Minhas contas são todas abertas e meu imposto de renda é público. Não tenho o que esconder", afirmou Riva.
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