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Politica Brasil
Sexta - 24 de Abril de 2009 às 23:53
Por: Márcia Andreola

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Senadora Serys participou da audiência que pediu celeridade nos processos

Assentar três mil famílias acampadas. Essa é a meta trabalhada esse ano pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Mato Grosso. No Estado, nos últimos seis anos, foram assentados apenas 300 famílias e muitos trabalhadores permanecem há mais de 10 anos acampados, vivendo sob barracas de lona, à espera da conquista da terra.

Para tentar reverter esse quadro e agilizar os processos de assentamento e de regularização fundiária, representantes do MST, acompanhados da senadora Serys Slhessarenko e do deputado estadual, Ademir Brunetto, ambos do PT, participaram de uma audiência no INCRA, em Cuiabá, com o superintende Willian César Sampaio e parte da diretoria do órgão no Estado, além do coordenador geral de implantação de projetos de assentamento, representando o Incra Nacional.

“Estando em Brasília ou em Mato Grosso, a minha luta pela terra é sempre a mesma. Em qualquer situação estamos juntos para ajudar nessa conquista. Meu lado está bem definido. Meu lado é o da companheirada”, afirmou a senadora.

Na pauta, a meta de assentar três mil famílias acampadas, resolver problemas pendentes de infraestrutura e assistência técnica, além da celebração de convênios.

“Muitos dos companheiros estão há oito, 10, 12 anos acampados, vivendo em dificuldade e resistindo há uma série de despejos. Essa é a situação do MST em Mato Grosso”, afirmou o coordenador Wanderly Scarabelli ao dizer que o Incra mente quando declara que assentou 10 mil famílias no Estado.

Os coordenadores do Movimento também cobraram que o Incra precisa recuperar a sua função que é a de fazer a reforma agrária no país. ”Se o governo federal coloca dinheiro no Incra é por pressão e coragem de luta do MST”, lembrou Scarabelli.

A reunião, que durou mais de seis horas, foi marcada por momentos de tensão, como quando um o diretor de obtenção de terras do Incra em Mato Grosso, José Vasconcelos Figueiredo, falou que todos os processos de desapropriação e aquisição de terras em Mato Grosso estavam suspensos, por conta de uma portaria assinada pelo presidente do Incra, Holf Hackbart, no dia 5 de janeiro desse ano, o que foi desmentido pela senadora Serys Slhessarenko.

De pronto, a senadora telefonou para o presidente do Hackbart para saber o porque dessa decisão, sendo que o presidente do Incra negou que tivesse dado essa ordem. Por conta disso, Vasconcelos chegou a dizer que a senadora Serys estava “tumultuando” a audiência, o que gerou protestos e grande revolta na platéia que saiu em defesa da senadora. Posteriormente, uma cópia da portaria assinada por Holf Hackbart foi entregue à mesa que esclareceu que a senadora Serys Slhessarenko tinha razão, já que o documento, em momento algum, determinava a suspensão dos processos de aquisição e desapropriação em Mato Grosso e sim que fosse feita uma ampla auditoria na superintendência do Incra no Estado.

“Fiquei muito preocupada ao falar com o presidente Holf sob essa suposta proibição de aquisição e desapropriação (de terras), mas a portaria não trisca nessa questão. Então, quero deixar esclarecido que falei e verdade e que os processos podem continuar tramitando”, afirmou a senadora, durante a audiência.

O MST avalia que é preciso mais empenho do Incra para que a reforma agrária possa andar, de fato, em Mato Grosso. Entre os presentes na audiência estavam representantes de assentamentos e acampamentos dos municípios de Pedra Preta (assentamento Canudos), Poxoréu (assentamento Marcos Carajá), Campo Verde (assentamento Paulo Freire), Nortelândia (assentamento Maria Pupina), Santo Afonso (acampamento Padre Tencate), Tangará da Serra (acampamento Antônio Conselheiro), Cáceres (acampamento Terra Prometida), Mirassol D’Oeste (acampamento Sílvio Rodrigues, Margarida Alves e Roseli Nunes), União do Sul (Olga Benário e Renascer), Cláudia (acampamento 12 de outubro), entre outros.





Fonte: Assessoria de Imprensa

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