Queimadas são piores do que se pensava para o aquecimento global
Em um ciclo vicioso, as queimadas podem estimular o aquecimento global e, com o aumento da temperatura, o próprio fogo aumenta. Esse é um dos alertas feitos por um grupo de 22 cientistas – entre eles o brasileiro Paulo Artaxo, da USP – que revisou as pesquisas sobre o fogo em florestas e savanas.
Segundo o artigo publicado por eles nesta sexta-feira (24) na revista Science, o fogo corresponde a 50% da emissão de gases de efeito estufa provindos da queima de combustíveis fósseis, como a gasolina ou o óleo diesel.
Além dos gases nocivos, a fuligem e o carvão deixados pelas queimadas podem ajudar a aquecer o planeta. Isso ocorre porque essas substâncias, por serem escuras, absorvem muita luz solar. É como se a superfície do planeta trocasse uma camiseta verde ou amarela por uma preta, e saísse no sol.
Um outro efeito nocivo das queimadas é a diminuição das chuvas. De acordo com o estudo, a fumaça e o carvão aumentam a temperatura local e inibem a movimentação natural de massas de ar quente e frias, atrapalhando o ciclo da água.
Se não houvesse queimadas, a estimativa é de que as florestas poderiam dobrar o tamanho que ocupam na terra, pois as árvores invadiriam áreas de savana.
No Brasil, a região mais afetada pelo fogo é o chamado arco do desmatamento, onde a indústria madeireira, a agricultura e a pecuária avançam sobre a floresta amazônica.
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