Democratas e PMDB abrem disputa pela filiação de Roberto França
Até agosto, o deputado estadual Roberto França deverá decidir seu futuro partidário. Expoente da política de Mato Grosso, ele está sem partido desde que deixou o PPS. E o assédio é grande. Entre as siglas que buscam a sua adesão, estão o PMDB e o Democratas, o DEM, considerada os dois maiores partidos do Estado em número de filiação e representantes políticos. “Recebi o convite do PMDB” – admitiu o parlamentar. Entre os democratas, porém, a filiação de França é dada como certa. O pré-candidato ao Governo, senador Jayme Campos, já trata o assunto como definido: “Ele ficará conosco”. A esposa de França, a ex-vice governador Iraci França, está filiada ao DEM.
O último convite de filiação no PMDB foi feito pelo vice-governador Silval Barbosa, que também é pré-candidato ao Governo do Estado. Em busca de fortalecer o seu nome perante os partidos aliados e buscando uma maior projeção no campo político, Barbosa oficializou o pedido para que França retorne ao partido na qual praticamente iniciou sua carreira política, ainda nos idos de 82, quando o PMDB era apenas MDB. Antes, o presidente do PMDB, Carlos Bezerra, também deu como certo que França seria filiado ao PMDB.
De sua parte, o parlamentar evita maiores comentários. Diz que fica lisonjeado com os convites que recebeu e explicou que as consultas e a avaliação sobre a conjuntura política é que irão definir os rumos que pretende tomar. França tem observado fundamentalmente a relação partido-aliança. Em recente discurso sobre o momento político, o parlamentar chegou a cobrar uma postura por parte do Congresso Nacional sobre as leis eleitorais, isto é, as regras que nortearão o jogo sucessório de 2010. “Até que haja definição, tudo ficará indefinido” – ponderou. “Tudo será apenas conversa”.
Roberto França é um dos políticos com maior longevidade em Mato Grosso. Ele iniciou a carreira política na década de 70 elegendo-se vereador na capital de Mato Grosso após ganhar projeção como comentarista esportivo no rádio. Na mesma época, ele presidiu o Legislativo cuiabano, chegando em seguida a Assembléia Legislativa, onde também foi presidente e primeiro-secretário. Em 1988, França perdeu uma eleição praticamente ganha para Prefeitura de Cuiabá para Frederico Campos. Dois anos depois, em 1990, ele seguiu como deputado estadual e em 94, após debater uma candidatura ao Senado, optou por ser deputado federal, sendo um dos campeões de votos proporcional do Brasil. Em 1996, se elegeu prefeito de Cuiabá e só chegou entregou o cargo em 2004, para o hoje prefeito Wilson Santos (PSDB).
A demora na decisão do parlamentar tem uma explicação lógica: em 2002 era dado como futuro governador de Mato Grosso. Ele liderava as pesquisas de opinião com mais de 50% das intenções de voto, mas o projeto acabou ceifado dentro do PSDB, que optou pela candidatura do então senador Antero de Barros. Indignado com o “patrolamento”, França deixou o PSDB e aderiu ao PPS, mas não foi candidato por causa do prazo de filiação. Acabou ajudando a liderar o projeto que eleger Blairo Maggi governador do Estado.
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