Bezerra e Pátio "brigam"; prefeito chama Silval de traidor
As divergências começaram por causa do nome do vice-governador Silval Barbosa, que é rejeitado por Pátio como alternativa do partido para concorrer ao Palácio Paiaguás. O vereador Lourivaldo Manoel de Oliveira, o Fulô, fez elogios ao partido. Disse que o PMDB, com a conquista de algumas prefeituras, entre as quais a de Rondonópolis, estava voltando às origens com participação das massas. Em seguida, defendeu o nome de Silval para governador.
A diretora da Companhia de Saneamento do município (Sanear), Terezinha de Souza Silva, que atuou como financeira da campanha vitoriosa de Pátio, contrapôs Fulô. Num discurso sintonizado com o prefeito, ela apresentou resistência ao nome de Silval. Disse que o PMDB deveria tentar reconquistar à cadeira de governador com o próprio Bezerra, que já comandou o Estado na década de 1980.
Em meio à euforia, Bezerra pediu a palavra, para dizer que precisava deixar a reunião porque tinha um outro compromisso. Pátio o interceptou. Pediu que este permanecesse na reunião por mais um tempo para ouvir o seu discurso e já começou a falar. Pátio chamou Silval de traidor por não tê-lo apoiado nas eleições do ano passado. Disse ainda que o vice-governador não tem base política consolidada no interior o que dificulta a estratégia de sustentar um projeto de candidatura ao Paiaguás e que não serve ao partido, mas sim ao governo Blairo Maggi.
Zé do Pátio disparou também sua metralhadora verbal contra Bezerra. Disse que o PMDB está sem comando e defendeu que o cacique abrisse espaço "para outro nome com maior visibilidade eleitoral e sem desgaste para comandar o partido". Bezerra reagiu de imediato. Afirmou que Pátio faz uma administração pífia e que corre risco de não chegar ao final do mandato, a exemplo do que aconteceu com o último prefeito peemedebista de Rondonópolis, o médico Alberto de Carvalho, que renunciou ao mandato em 1998, após se envolver em escândalos e se sentir acuado por uma CPI aberta na Câmara Municipal. Bezerra usou outros adjetivos para desqualificar o seu ex-afilhado político e, em seguida, deixou a reunião antes do término.
No dia seguinte, dirigentes peemedebistas tentaram contornar a crise. Para apaziguar os ânimos e demonstrar que os conflitos já tinham sido superados, Bezerra e Pátio participaram juntos de duas reuniões na segunda, uma na Vila Mamed e, a outra, na Vila Olinda. Discutiram com a comunidade obras para os bairros. Assessores afirmam que Bezerra, desta vez, fez elogios à gestão Pátio.
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