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Politica Brasil
Sexta - 17 de Abril de 2009 às 00:50
Por: Rubens de Souza

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Por essa o governador Blairo Maggi não esperava. Depois do almoço com o deputado federal Ciro Gomes, presidenciável do PSB, no Palácio Paiaguás, uma indigestão. Ciro cometeu uma inconfidência ao revelar o teor da conversa que mantiveram. O socialista afirmou que estaria disposto a deixar a vida pública, com o que disse não ter concordado. Não foi bem assim. Segundo o próprio governador, ele se queixou a Ciro Gomes das dificuldades de se fazer política em alto nível em Mato Grosso, mas, em momento algum, disse que estaria desistindo da vida pública. Com isso, manteve sua disposição de sair candidato em 2010.

“Minha decisão será tomada no futuro. Não agora! Assim, tudo continua como dantes” – decretou o governador, sem esconder uma visível irritação com a indisposição causada pela interpretação de suas palavras por parte de Ciro Gomes, de quem é amigo pessoal. A princípio, Maggi autorizou o seu partido, o PR, a discutir a possibilidade de sair candidato ao Senado Federal. Na época, a indicação foi interpretada como um gesto de necessidade partidária, visto que a sigla republicana mostrava claros sinais de enfraquecimento e problemas de disputas internas de grupos.

A rigor, os republicanos estão lutando contra a maré. Até aqui, a sigla não foi ainda escalada como prioridade por nenhum dos partidos que integram a base de sustentação. Até aqui, o única sigla que indicou uma aliança mais perto do PR foi o Partido dos Trabalhadores. O PMDB também acena com conversações, porém, mais visando viabilizar o projeto visando viabilizar o nome do vice-governador Silval Barbosa. O projeto vem sendo capitaneado pelo deputado federal Carlos Bezerra, que não esconde dificuldade de relacionamento com Maggi. Democratas e progressistas, por exemplo, mantém distância prudente do PR.

A situação do PR se complicou a partir da definição de um projeto interno que procurava firmar um nome para disputar o Governo do Estado. As articulações para fazer do economista Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (DNIT) acabaram frustradas diante dos resultados relacionados a densidade eleitoral. Dominado por republicanos da chamada “turma da botina”, círculo mais íntimo do governador Blairo Maggi, o PR ignorou a candidatura lançada pelo então presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo, atual 1º secretário da Mesa Diretora. Sérgio até hoje não retirou sua postulação internamente, em que pese ser ponto pacífico que a sigla não terá candidato ao Governo do Estado. Nem Sérgio, nem Pagot e muito menos Mauro Mendes, que disputou e perdeu a disputa pela Prefeitura de Cuiabá.

A par da inconfidência de Ciro, o futuro de Maggi se vislumbra totalmente indefinido. Há vertentes que o coloca como candidato a vice de Dilmar Rousself, que deverá ser escolhida pelo PT para ser candidata a sucessão de Lula. No viés, porém, há quem garanta, como deu a entender Ciro Gomes, que o chefe do Executivo poderá retornar às suas funções empresariais, da qual está tecnicamente afastado desde 2002. Há quem aposte na candidatura ao Senado Federal, numa ampla composição partidária. Da boca do maior interessado, porém, apenas uma certeza: nada será resolvido agora e que há muito o que se conversar.

Ciro Gomes esteve em Cuiabá para participar do evento promovido pelo seu partido com a finalidade de discutir os aspectos econômicos atuais e suas implicações políticas, notadamente sobre o processo eleitoral que se avizinha. No encontro com os socialistas, como não poderia deixar de ser, foi praticamente aclamado como candidato a sucessão de Lula. Aos partidários, deixou a possibilidade no ar, estrategicamente, embora, nos bastidores, admita tais dificuldades para disputar o Governo Federal.





Fonte: 24 Horas News

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