Pedro Taques pode disputar Câmara ou Senado
Toda a celeuma criada em torno de uma possível candidatura do procurador da República, Pedro Taques, ao Governo do Estado, em 2010, não passa de mera especulação e está longe de ser verdade.
Taques se notabilizou em Mato Grosso por ter, juntamente com o juiz federal Julier Sebastião da Silva, conseguido desarticular o crime organizado no Estado, mandando para a prisão seu principal membro, o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, preso hoje na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS). Porém, essa notoriedade toda não foi suficiente para torná-lo popular, a ponto de tornar-se preferido junto ao eleitorado mato-grossense para a disputa da sucessão do governador Blairo Maggi (PR).
Na falta de um pré-candidato que polarize as atenções em torno das eleições de 2010, criam-se factóides políticos para manter a mídia em torno do assunto. Entretanto, o próprio Pedro Taques disse, no final da semana passada, que, embora se sinta "fascinado" pela política, ainda não decidiu se vai disputar algum cargo eletivo no ano que vem. Mas, nas entrelinhas, deixou claro que o Governo do Estado está fora de cogitação e que uma eventual candidatura giraria em torno da tentativa de uma vaga na Câmara Federal. No máximo, ao Senado.
Pedro Taques sabe que não tem base suficiente e não aglutina em torno de si forças políticas capazes de levá-lo a um crescimento popular suficiente para ampará-lo numa disputa governamental. Além disso, há que se avaliar até onde vale a pena para ele pedir afastamento do cargo que ocupa hoje, em São Paulo, por uma disputa eleitoral, onde o resultado final é sempre uma incógnita.
Na verdade, desde que trocou Cuiabá, onde vinha recebendo ameaças constantes e precisava de escolta para transitar, por São Paulo, o procurador da República tem como objetivo chegar a Brasília, onde as chances de lutar por uma ascensão na carreira são muito maiores, conforme MidiaNews apurou.
Satisfação
A eleição, para ele, significa uma satisfação pessoal, a ampliação da notoriedade e conhecimento público que conseguiu nos últimos anos. Mas, isso não significa que Pedro Taques seja a "bola da vez", a redenção política do Estado. quando nada, o fato novo capaz de repetir o feito de Blairo Maggi em 2002, quando venceu a eleição em primeiro turno, trazendo a força política de fora para dentro e não fazendo o inverso, como costuma ser, quando os candidatos se fortaleciam primeiro na Capital e depois saiam para ganhar o Interior.
Talvez a figura imparcial e determinada do procurador da República represente, ainda que de forma um tanto indefinida, o novo protótipo político que a sociedade organizada idealiza. Porém, não significa que seja essa figura o "remédio para todos os males" da política, até porque não se faz política de forma isolada, ninguém administra sozinho e não há um grupo político que se encaixe no formato que se pretende ter com Pedro Taques como candidato a governador. São velhos grupos em partidos novos, ou novos grupos em partidos velhos, repletos de vícios.
Daí, cogitar Pedro Taques, que ainda nem filiação partidária tem, a encampar uma candidatura à Câmara Federal ou ao Senado é uma coisa; querer atirá-lo aos lobos, em uma disputa de resultado anunciado ao Governo do Estado, é outra bem diferente. E ele não é bobo.
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