Caciques políticos afirmam não temer disputa contra Taques
Os caciques políticos mato-grossenses não se mostram preocupados, por enquanto, com a disposição do procurador da República Pedro Taques de disputar o governo do Estado em 2010 pelo PDT. Analistas avaliam, contudo, que ele tem um perfil diferenciado e que pode influenciar e definir as eleições. Além de representar "fato novo", Taques possui credibilidade por atuar no Ministério Público Federal, uma das instituições em quem os brasileiros mais confiam. Também tem ampla aceitação da classe média por ter conseguido "mandar" para a cadeia o temido "comendador" João Arcanjo Ribeiro, além de denunciar políticos acusados de corrupção.
Lideranças políticas regionais, por outro lado, acreditam que a candidatura de Taques não vai "decolar" pelo fato dele não ter experiência e não conhecer a realidade do Estado como velhos caciques, entre os quais o ex-governador e senador Jayme Campos (DEM), o ex-deputado e vice-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-deputado e hoje prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB). Os três são pré-candidatos ao Palácio Paiaguás. Também avaliam que o PDT não tem estrutura para eleger um governador, já que a organização partidária na maioria dos municípios é fundamental na disputa.
Silval disse ao RDNews que respeita o nome de Taques, mas que é necessário construir a candidatura dentro de um arco de alianças. "É um nome muito forte e respeitado e o PDT conta com uma estrutura muito boa, mas ele terá de trabalhar alianças porque ninguém se elege sozinho". Cauteloso, Silval comenta que Taques possui as mesmas chances de se eleger que os nomes já cogitados para a disputa. Numa insinuação de que Taques estaria mais propenso a concorrer ao Senado do que ao Paiaguás, o vice-governador menciona os nomes do presidente da Assembleia, José Riva (PP), da senadora Serys Marli (PT), do empresário Mauro Mendes (PR), do deputado federal Valtenir Pereira (PSB) e do senador Jayme Campos (DEM). "É um nome tão forte quanto o dos demais candidatos lançados neste primeiro momento pelas legendas. Mas acredito que ele (Taques) não poderá vencer a eleição sozinho", pondera Silval.
O presidente regional do DEM, Oscar Ribeiro, também acredita que a candidatura de Taques não influenciará o cenário político do Estado, nem a pré-candidatura de Jayme. "A candidatura do Taques não muda em nada nossa avaliação, até porque só estamos focados nas candidaturas do DEM. Não temos tempo para nos preocuparmos com os outros partidos", disse. Perguntado se Jayme Campos manterá a pré-candidatura se Taques vier a entrar no páreo, Oscar disse que não acredita na possibilidade do senador recuar. "Recebemos a candidatura do Taques como mais uma alternativa de escolha para o eleitorado, mas estamos muito confiantes de que o candidato do DEM terá apelo eleitoral e musculatura suficiente para se eleger", avaliou.
O cacique do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, disse que Taques é um bom nome em qualquer partido político e que chegou a convidá-lo, há dois anos, para que ingressasse no PMDB. À época, o procurador optou por permanecer no MPF. "É um nome muito forte, mas precisamos saber se ele realmente será candidato", diz Bezerra.
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