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Maria do Rosário defendeu reforma na polícia, não "atitude repressiva". Ela também reiterou que projeto da "cura gay" é "absurdo".
"A polícia não pode sair matando", diz ministra sobre favela da Maré
Isaura Borba / G1
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) no lançamento do Sistema Nacional LGBT
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, manifestou preocupações sobre a ação da polícia na operação Favela da Maré, nesta quinta-feira (27).
A ação da PM na favela entre as noites de segunda-feira (24) e terça (25) resultou na morte de nove pessoas - entre elas um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e três moradores - e vários feridos.
“Nós estamos solicitando que a investigação seja feita de forma muito séria e dedicada. Porque hoje três pessoas já foram identificadas como pessoas que não tinham qualquer antecedente criminal. Mas mesmo no caso daqueles que tinham registros anteriores junto à polícia, é preciso identificar porque eu não sei se nesse momento eles eram foragidos. A polícia não pode sair matando”, afirmou .
Ela defende ainda uma reforma na polícia brasileira e maior amparo à categoria para a redução de uso da violência.
“A polícia no Brasil tem que agir melhor nas favelas, nas comunidades. Ser uma polícia mais próxima das comunidades porque, se as policias matam e registram como auto de resistência em qualquer ação a sua atitude, inexistindo investigação sobre os seu atos, isso fomenta uma violência maior ainda na sociedade”, conta.
Questionada sobre a atuação da polícia nas manifestações ocorrem no país, Maria do Rosário defende uma mudança no comportamento das bases. “A polícia no Brasil precisa trabalhar a partir de uma perspectiva de inteligência, identificando onde estão os grupos criminosos e debelando quadrilhas. E não entrando simplesmente numa atitude repressiva contra quem quer que seja“, explica.
Projeto de "cura gay"
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos classificou como absurdo o projeto conhecido como "cura gay", que determina o fim da proibição de profissionais de psicologia em tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade.
As declarações foram dadas no lançamento do Sistema Nacional LGBT, que irá traçar a nível nacional políticas de proteção e combate à homofobia. “Quando um projeto fala da cura ele está constituindo uma categoria que coloca todos os brasileiros que são homossexuais como pessoas doentes. O que nós não aceitamos”, defende.
A ministra afirmou também que a discursão está acima de qualquer legenda partidária.
“Aqui não é governo ou oposição. Aqui são os direitos humanos. Então, todos aqueles que compreendem uma perspectiva de direitos humanos e de dignidade humana, sejam ligadas ao governo ou seja ligadas à oposição, devem votar contra este projeto”, completa.
Fonte:
Do G1, em Brasília
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