Minas e Espírito Santo sentem mais os efeitos da crise, diz IBGE

Dependentes dos setores extrativo e metalúrgico, Minas Gerais e Espírito Santo são os Estados mais afetados pela crise, pela ótica da produção industrial. A avaliação é da gerente de análise e estatísticas derivadas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Isabella Nunes.

Segundo ela, apesar da recuperação da produção em 9 das 14 regiões pesquisadas no país em fevereiro, a situação da indústria ainda é negativa em todas as áreas.

"Ainda há um saldo negativo para todas as regiões, exceto no Paraná, por uma questão pontual", afirmou, lembrando que encomendas de livros escolares à indústria paranaense fizeram com que o setor de edição e impressão desse um salto de 184% em relação a fevereiro de 2008. Esse desempenho foi fundamental, segundo a especialista, para que a produção industrial daquele estado crescesse 1,5% em relação ao ano passado.

O resultado do Paraná foi exceção em meio à queda generalizada da produção industrial, na comparação com fevereiro de 2008. Espírito Santo (-29,5%) e Minas Gerais (-26%) tiveram os piores desempenhos, refletindo a redução do ritmo de produção dos setores automobilístico e extrativo, por exemplo.

"Esses estados tem a produção industrial muito concentrada, não há diversificação, como em São Paulo', observou Isabella.

Ela ressaltou em Minas, por exemplo, as produções de automóveis e de minério de ferro respondem por quase 60% do total. desde o início da crise, em setembro, a produção industrial mineira caiu 24,6%. No Espírito Santo, o tombo foi maior (-26,6%). Outro estado que sentindo bastante os efeitos da crise é o Amazonas, cuja produção teve retração 20,4% desde setembro.

"Essas regiões tem a indústria baseada na produção de bens duráveis. Em locais menos dependentes desses setores, as perdas são bem menores", avaliou Isabella, citando o exemplo de Goiás, cuja produção industrial caiu 3,4% desde o início da crise. A indústria goiana é baseada na produção de alimentos.