Revista liga cassação de prefeito a Gilmar Mendes
A primeira medida de Capistrano à frente do poder municipal foi realizar uma auditoria nas contas das gestões do prefeito anterior, Chico Mendes (PR), irmão mais novo de Gilmar. O relatório das irregularidades, recheado de compras superfaturadas e desvios de verbas, foi enviado, no início de março, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Ao cassar Capistrano, o juiz eleitoral de Diamantino acatou uma representação da coligação de Lincoln, na qual o prefeito é acusado de aceitar uma doação de campanha de 20 mil reais feita a partir de um recibo com assinatura falsificada. O documento está em nome do agricultor Arduíno dos Santos.
Em novembro de 2008, Santos depôs no Ministério Público e confirmou a doação. Dois meses depois, decidiu mudar o depoimento e negou ter dado o dinheiro para a campanha do PDT. "Ele foi coagido pelos capangas do candidato derrotado", acusa Capistrano.
Surpreendente mesmo foi a forma e a velocidade do processo judicial, coisa muito rara na vida diamantinense. No início de fevereiro de 2009, antes do carnaval, o juiz Luiz Fernando Kirche foi transferido de outro município, Tangará da Serra, para assumir a vara eleitoral em Diamantino. No dia 31 de março, logo depois de cassar Capistrano, o magistrado saiu de férias.
Em oito anos de mandato, o ex-prefeito Chico Mendes sofreu cerca de 30 ações por conta de irregularidades administrativas, mas nunca foi incomodado pela Justiça.
Gilmar Mendes esteve em Diamantino quatro dias antes de o mandato de Erival Capistrano ser cassado. Para o prefeito, a presença do presidente do STF teve influência na decisão do juiz eleitoral. "Infelizmente, venci e derrubei uma oligarquia que comandava Diamantino. Talvez, isso tenha sido o meu maior erro", avalia o prefeito. Na quarta-feira 2, Capistrano apresentou sua defesa ao TRE, na tentativa de manter-se no cargo."
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