Presidente do PT de Sinop denuncia nepotismo e é afastado
Idalino Reginatto está destituído da direção do PT de Sinop (a 500 km ao Norte da Capital) e ficará com a filiação suspensa por 60 dias, além de responder a processo junto à comissão de Ética. Agora, o partido está sob o vice-presidente Ozeas Veras, secretário municipal de Cultura. Em reunião nesta quarta, a Executiva resolveu punir o dirigente por considerar que este fez acusação infundada sobre prática de nepotismo de colegas petistas que integram a administração Juarez Costa (PMDB). Segundo a denúncia de Idalino, que na campanha do ano passado se posicionou contra a aliança com o PMDB, o vice-prefeito Aumeri Bampi e os secretários Antonio Tadeu Azevedo (Educação) e Ozeas contrataram parentes para trabalhar na prefeitura, configurando nepotismo.
"Ele (Idalino) fez denuncismo. Julgou e estabeleceu uma condenação, ferindo o artigo 228 do Estatuto do partido", explica Ozeas, em entrevista ao RDNews. Segundo ele, os 9 membros da Comissão Executiva avaliaram a atitude do então presidente e, com base no Estatuto da legenda, decidiram afastá-lo do comando do diretório municipal. O Estatuto prevê adoção de medida cautelar para suspender por até 60 dias a quem causar prejuízo público ao partido. Agora, Idalino se vê acuado. Vai enfrentar processo disciplinar, a ser conduzido pela direção estadual. O curioso é que Idalino é ligado ao deputado federal Carlos Abicalil, que comanda o PT no Estado, e ao deputado estadual Ademir Brunetto e, apesar disso, ambos parlamentares não apoiaram a decisão do companheiro de acusar prática de nepotismo sem segurança na informação.
Ozeas ademite que, de fato, tem uma irmã lotada na prefeitura, mas é servidora de carreira. Ela foi nomeada pelo secretário de Educação para atuar num departamento na própria pasta. Nesse caso, explica o novo presidente da legenda petista, não caracteriza nepotismo. O dirigente e secretário afirma que Italino foi voto vencimento quando, no ano passado, sugeriu aliança com o PDT do então candidato Roberto Dorner, que acabou "jogando a toalha". Depois, se posionou contra composição com o PMDB, que saiu vitorioso com a candidatura de Juarez, tendo o petista Bampi como vice. "Não sei se ele (Idalino) ficou ressentido por conta disso e resolveu fazer denuncismo", pondera Ozeas. Nos bastidores, o comentário entre petistas é de que Idalino estaria na bronca por não ter sido prestigiado com algum cargo pelo prefeito Juarez Costa.
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