Obama e a marolinha
Acho incrível o que vejo toda semana na televisão: o presidente Obama, Barack Hussein Obama - quem poderia imaginar um negro na presidência dos Estados Unidos e com um nome desses? Ele aparece sempre com boas notícias: anunciando alguma medida para amenizar a crise, aliás, embora confirme as previsões do agravamento. Por outros lugares menos evoluídos, demonstra-se desdém pela gravidade da crise. Quando o Obama abre a boca, centenas de bilhões de dólares são arremessados na economia.
Em 24 de fevereiro, o Obama foi ao Congresso. Fez sua análise e o que fará em seu governo. Entre outras promessas, a cura do câncer. E mais, pediu aos pais que prestem atenção na educação de seus filhos. Será que outros presidentes teriam essa "Moral" para se dirigir aos cidadãos?
Antes de ver uma das ações do Obama, vamos dar uma olhadinha no Brasil. Por cá, quase 800 mil empregos foram perdidos nos últimos três meses. E o pior resultado foi em dezembro, com fechamento de 654 mil postos. A produção industrial registrou queda de 17,2% em janeiro, contra o mesmo mês de 2008, e o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 3,6% no último trimestre do ano passado.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reduziu os juros básicos da economia brasileira em 1,5 ponto percentual na taxa Selic, o maior corte de juros desde de novembro de 2003. Com isso, os juros estão em 11,25% ao ano, mesmo valor de setembro de 2007 a abril do ano passado, o menor desde 1996.
Mas não fique contente com a redução não! O Brasil ainda segue na liderança no ranking mundial de juros reais, descontado a inflação, que são de 6,5% ao ano. O segundo colocado é a Hungria, com juros reais de 6,2% ao ano, seguida pela Argentina, com 4,3% ao ano. A média de juros reais em 40 países pesquisados pela consultoria é de 4,14% ao ano.
Enquanto por aqui o governo ameaça cortar gastos públicos incluindo investimento em Ciência e Tecnologia e salários defasados dos cientistas, nos Estados Unidos, Obama libera verba recorde para Ciência. O seu pacote de estímulo contra a crise injetará mais de US$ 100 bilhões em atividades de pesquisa. Nunca tanto dinheiro havia sido repassado a cientistas, é a maior aposta em ciência e tecnologia já feita na história de um país.
A atual tentativa americana de fazer frente aos problemas do país é um pedido de Orçamento recorde de US$ 3,6 trilhões para 2010. O Orçamento e o pacote estão repletos de verbas para empreendimentos na área de ciência e tecnologia. Para se ter uma idéia, para o programa Apollo, naves tripuladas à Lua, custou US$ 200 bilhões ao longo de 11 anos e o projeto Manhattan (bomba atômica), US$ 35 bilhões em 6 anos. Só que agora, falamos em Saúde e Biocombustíveis. Exemplo para brasileiros que ainda sonham com um "gigante".
Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)
Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)
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