Executiva Nacional do PT discute pedido de perdão de Delúbio Soares
Com uma pauta administrativa, a Executiva Nacional do PT se reúne nesta terça-feira em Brasília para discutir sobre a conjuntura política e o processo de eleições diretas do partido. Mas, informalmente, o assunto que dominará parte dos debates é o pedido de anistia de Delúbio Soares, ex-tesoureiro da legenda, que foi expulso do partido por envolvimento no escândalo do mensalão.
A decisão sobre o perdão a Delúbio só ocorrerá em dois meses --no dia 23 de maio-- quando o Diretório Nacional do PT fará reunião em Brasília e pretende incluir o pedido do ex-tesoureiro na pauta.
Até lá, dirigentes do PT se manifestam sobre a possibilidade de suspender a punição a Delúbio. Para o líder da bancada na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), o partido deveria rever a expulsão do ex-tesoureiro porque a pena foi maior dos que os atos cometidos por ele.
Já as alas ligadas ao secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, o secretário-geral da legenda, deputado José Eduardo Cardozo (SP), e o ministro Tarso Genro (Justiça) assumiram, internamente, posições de resistência à possibilidade de rever a punição a Delúbio.
Denúncias
No processo do mensalão, no STF (Supremo Tribunal Federal), Delúbio é acusado pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
O procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, ao elaborar o parecer sobre o mensalão, apontou Delúbio como um dos líderes do que chamou de "organização criminosa" responsável pelas irregularidades.
Para a Comissão de Ética do PT, a expulsão de Delúbio foi motivada porque ele teria violado o estatuto do partido nos seguintes pontos: "improbidade no exercício" da Tesouraria, "infração grave às disposições legais e estatutárias" e "inobservância grave dos princípios programáticos, da ética, da disciplina e dos deveres partidários".
Em carta enviada na semana passada ao comando do partido, Delúbio pediu a revisão da punição. Segundo ele, a pena foi maior do que o eventual erro que teria cometido. No PT, ele conseguiu o aval do partido em Goiás, mas quer que o Diretório Nacional da legenda examine o caso.
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