Serys e Abicalil racham PT na briga por disputa ao Senado

A senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil voltaram a se confrontar nos bastidores e a rachar o PT por causa das eleições gerais do próximo ano. Em princípio, ela seria a candidata natural do partido à reeleição. O problema é que agora Abicalil, sob incentivo da turma da botina, grupo ligado ao governador Blairo Maggi (PR), resolveu entrar no páreo. Por ter uma posição mais dura contra o Palácio Paiaguás, inclusive foi adversária de Maggi nas eleições de 2006, Serys está perdendo espaço. Para piorar, seu grupo é minoria. Abicalil não só preside o PT no Estado, como se tornou a principal voz da Unidade na Luta, tendência que aglutina maior número de filiados petistas.

Num provável arco de alianças envolvendo PR, PT e PMDB, a senadora não teria espaço na majoritária. Abicalil ficaria com a vaga para fazer a chamada "dobradinha" com o próprio governador na corrida pelas duas das três vagas no Congresso Nacional, a serem abertas com o vencimento dos mandatos da própria Serys e de Gilberto Goellner, que se efetivou na cadeira com a morte de Jonas Pinheiro.

Nas conversas no Palácio Paiaguás e em reuniões internas, Abicalil, quando provocado sobre uma eventual candidatura a governador, prefere dizer que, se for para encarar um projeto majoritário, seu desejo é disputar o Senado. Serys tem monitorado as investidas do presidente estadual do PT e também colocou seu bloco na rua. Ela, por enquanto, não abre mão do projeto de reeleição.