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Politica Brasil
Terça - 17 de Março de 2009 às 12:25

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Depois de pregar a esperança e de se comprometer em ser o porta-voz das massas na Prefeitura de Rondonópolis, terceiro maior município do Estado, o novo prefeito Zé do Pátio (PMDB) já se mostra isolado e, para surpresa geral, passou a atender algumas pessoas no Novotel, o mais luxuoso hotel do município. Seus assessores argumentam que no gabinete o prefeito tem encontrado dificuldades para atender a todos. Chega-se a formar fila de pessoas. Para sair do tumulto, Pátio está dando expediente mais fora do que dentro da prefeitura.

Ao mesmo tempo que adota tática de guerrilheiro, prefeito não atende mais o povão, trava licitações e projetos; equipe bate-cabeça; subsecretária já pede exoneração; Bezerra e Salles se afastam; Rondonópolis pára

O peemedebista que derrotou nas urnas o candidato do governador Blairo Maggi, ex-prefeito Adilton Sachetti (PR), atua como espécie de guerrilheiro. Acorda cedo e dorme tarde, mas vive nas trincheiras. Costuma chegar na prefeitura por volta de 19h, sob argumento de que estava visitando durante todo o dia os bairros e em contato direto com a comunidade. Em verdade, a maior parte do tempo foi em salas fechadas. Dificilmente o prefeito atende às ligações telefônicas no aparelho celular, costuma se deslocar à residência de alguns secretários para conversas em particular e, segundo alguns de seus próprios assessores, Pátio tem ignorado os chamados "companheiros de primeira hora", aqueles que trabalharam de forma voluntária na campanha.

Até agora, a gestão Pátio só conseguiu realizar duas licitações, uma tomada de preços para sediar o carnaval e, a outra, para compra de equipamentos e materiais hospitalares. A máquina está parada. Na Câmara não tem apoio da maioria dos vereadores e nem respaldo do governo do Estado. Os cargos de segundo e terceiro escalões estão incompletos, enquanto quase todos os secretários "batem cabeça". A médica Daniele Monteiro de Barros, por exemplo, pediu exoneração do cargo de secretária-adjunta de Saúde. Ela entrou em rota de colisão com o titular, secretário Valdecir Feltrin. Perguntado sobre o assunto, Feltrin reagiu com ironia. Alegou que "foi infeliz na escolha". Segundo ele, Daniele, que atua na Santa Casa de Misericórdia, não tem vocação para saúde pública. Disse que o cargo de segundo escalão deve ficar vago por um bom tempo até encontrar alguém com perfil que julga ideal para o posto.

Sobre o fato do prefeito se isolar, inclusive em hotel luxuoso, Feltrin sorri e, em seguida, comenta: "E daí! Se na prefeitura não dá para atender por causa do tumulto, ele (Pátio) atende onde achar melhor. Vai muita gente na prefeitura e o prefeito prefere um lugar mais tranquilo", comentou Feltrin, um dos principais porta-vozes do prefeito rondonopolitano.

(In)experiência

Nos bastidores, alguns secretários reclamam de Pátio, que nunca viveu a experiência de atuar no Poder Executivo. Ele foi vereador e deputado estadual. Contam que o peemedebista se mostrar um prefeito centralizador, que não está honrando compromissos, vem travando as licitações e que não tem até agora a confiança da classe política. Até mesmo o seu padrinho político, deputado federal Carlos Bezerra, não o procura mais. O ex-prefeito e ex-vice-governador Rogério Salles (PSDB), que se propôs a auxiliar a gestão Pátio de forma voluntária, principalmente pelo fato de ter a esposa Marília como vice-prefeita, também se distanciou.





Fonte: RD News

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