Governo puxa Riva e anula de vez a oposição na AL
Sob articulação do seu secretário-chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, o governador Blairo Maggi recorreu a mais uma estratégia para, antecipadamente, anular de vez a oposição: chamou para a reunião do staff, que acontece a cada 15 dias, o presidente da Assembleia, deputado José Riva (PP), e o líder do Palácio Paiaguás no Poder Legislativo, Mauro Savi (PR). Os dois parlamentares já participam do primeiro encontro nesta segunda (16), às 14h, com direito a abrir a reunião e espaço de 30 minutos para expôr problemáticas e sugestões. Novacki garante que a medida visa tão somente criar uma maior aproximação entre os dois Poderes. O secretário destacou Carlos Bon, lotado na Casa Civil, para atuar como espécie de assessor do Executivo dentro da Assembleia.
O governo não admite, mas a decisão de chamar Riva, que detém "controle" sobre a maioria dos colegas deputados, é uma forma de "brindar" a administração, já na fase de fim de mandato. Por força das articulações visando às eleições do próximo ano, quando grupos políticos saem do muro e se aproximam ou se distanciam, a tendência seria do governo se tornar alvo de críticas de uma forma mais sistemática. Esse tipo de conflito não deve ocorrer. Hoje, dos 24 deputados, nenhum se identifica como opositor, nem mesmo os tucanos Guilherme Maluf e Chica Nunes.
Novacki prefere o discurso de que são os deputados que mais percorrem as regiões nas visitas às bases e, portanto, têm condições de ajudar o governo a identificar os problemas e anseios da população. "Os deputados geralmente viajam ao interior nos finais de semana e trazem muitos pedidos de providências. Vamos receber essas demandas e fazer triagem e, assim, dar agilidade às respostas aos deputados e à sociedade", argumenta o interlocutor do governo. Para Novacki, longe das articulações políticas, o governo quer "solução mais rápida". Riva é pré-candidato a senador, assim como Maggi. Ambos já avançaram num pré-acordo para estarem no mesmo palanque. Estão de olho nas duas das três cadeiras no Congresso Nacional que serão abertas no pleito de 2010.
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